A Distância

A distância não fala, ela é muda. Ela é tão muda que se esconde nas pequenas mentiras que contamos todos os dias a fim de ocultar aquilo que realmente sentimos e vivemos todos os dias. A distância não permite expressarmos nossos reais sentimentos. Ela engole nossas expressões e maquia a realidade. A distância é horrível. Horrível para quem se acostuma com o calor do corpo do outro e encara o frio de estar dormindo sozinho. A distância deixa a saudade doer no peito por não ter mais aquele abraço por perto. 

O pior estrago que a distância pode fazer é criar um abismo entre os dois a ponto de um não reconhecer as mudanças que o outro teve nesse tempo que ficaram distantes. É o maior risco a se correr quando se escolhe ficar fisicamente distante. 

Mas a distância ensina também. Ensina que não somos facilmente substituídos, que a presença de determinadas pessoas são essenciais em nossas vidas e que o sentimento continua existindo quando há interesse em nutri-lo. O amor só sobrevive quando ambos estão dispostos a nutrir sua chama que mesmo na distância, ela permanecerá viva e intacta... Se não há interesse, a distância apenas mata o que não começou a germinar: o próprio amor.