Arte Escultórica: Helenística vs Bizantina [Diferenciações e Semelhanças]




O processo de criação artística passa por diversas transformações no decorrer de sua linha cronológica. Com a influência do passado, ele acaba servindo como base para fundamentar novos conceitos a partir dos velhos. A transformação do estilo Helenístico para o Bizantino, visou expressar algo que é perceptível e comum nas duas artes escultóricas: a busca incessante pela expressão harmônica certa, que visa transparecer a imperfeição humana e ao mesmo tempo exprimir o sentimento lírico por trás do conteúdo motivador da obra.  

A escultura Bizantina ganhou uma oposição formidável que fez seu desenvolvimento estacionar: a Igreja Católica. Para Ela, a transfiguração palpável de uma imagem em seu tamanho real incitava os fiéis cristãos à possíveis práticas de idolatração, o que era proibido segundo os manuscritos bíblicos; e realizado pelos pagãos (ex: gregos) que esculpiam e cultuavam imagens que remetiam as vicissitudes e desesperos encontrados nos seres humanos, além da produção de estatuárias míticas. Com isso, a escultura Bizantina limitou-se à ornamentos arquitetônicos. Se fomos comparar os dois estilos e suas formas de apresentação escultórica, a arte bizantina seguiu rumos diferentes à sua antecessora.  

No período helenístico, o conceito classicista de uma representação escultórica era desfeita aos poucos. O conceito idealista ainda existia, mas a forma de transpor isso à imagem ganhava um sentido mais humanista, das mais variadas expressões faciais que exaltavam o sentimento de "realidade" das qualidades moralistas que aquele povo acreditava. Posteriormente, os bizantinos sendo limitados pela oposição cristã, expressavam suas obras no mármore apenas ressaltando o relevo, fazendo a imagem separar-se do plano. Todavia, o conteúdo era totalmente baseado no Classicismo grego. Para ilustrar, a Morte de LaoCoonte e dos Filhos, transmite todo o potencial em gestos, poses e expressões faciais, o sentimento contido e desesperador da obra. Já o sarcófago de Junius Bassus, vemos divisões retangulares de dez espaços por duas colunatas sobrepostas.

"As cenas do velho e do novo testamento. Tal escolha, um pouco estranha para o observador moderno, é muita característica do pensamento cristão primitivo que dava mais realce à natureza da arte paleocristã e bizantina."- Janson, H.W. História Geral da Arte, 1890, p.205.


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