28 de abril de 2015

Estranha (o)




Devo ter apressado o relógio, pois parece que estou correndo contra o tempo. Talvez isso soe como desculpas para um estranho sentimento de se sentir desligada. Me desconectaram por engano ou me desconectei por conta própria? Até mesmo escrever este texto, está me custando horas para pensar na melhor forma de me expressar através destas palavras. Hoje, vejo que não estou dando o melhor de mim. Sinto muito, sinto por estar assim.  

Infelizmente, minha consciência não me deixa dizer: "é falta de tempo!". Já descobri que não consigo mentir para mim mesma. 

Um estranho sentimento entrou sem ser convidado. Sorrateiro, sem fazer alardes, permaneceu em silêncio, esperou o momento oportuno, em que baixei a guarda, para dizer: "Estou AQUI!". Isso me assustou. Acordei atrapalhadamente do cochilo. Isso serviu para que eu abrisse os olhos. 

Não basta adquirir conhecimento, iniciar-se e tornar-se um canal de Energia Universal, se suas intenções se revestem de vaidade. Falsa modéstia termina quando se depara com presunção de si mesmo. Às vezes, reconhecer a própria ignorância frente aos desígnios, não te faz alguém pior ou menos evoluído. O reconhecimento da falta abre espaço para o amadurecer da consciência frente a sua necessidade de Evolução!

Não basta abrir apenas a mente, tem que se abrir o coração. A Verdade dispensa esquemas intelectuais. Isso não é Verdade, isso ainda é VAIDADE! É preciso mostrar que se sabe? Sabe o quê? De que adianta querer mostrar paras as pessoas os teus "saberes" e se posicionar como um arrogante que conhece apenas o próprio umbigo como referencial? Isso não te levará a conhecer a Verdade. Levará você, a cultivar a vaidade... Se quiser ver a pureza no mundo, você terá que cultivar a pureza dentro de si. Vai ter que abrir os olhos e o CORAÇÃO, tal como o Mestre nos ensinou. 

Perceber a minha vulnerabilidade, minhas dificuldades pessoais, minhas mesquinharias, o meu pequeno e nojento EGO, minha fútil vaidade, fez com que o Visitante Estranho(a) se tornasse meu maior aliado. O diabo não é tão mal quanto se imagina e nem sempre a culpa é dele. Ele já carrega a culpa pelas atrocidades que acontece no mundo e como todo bom "pisciano", não posso culpá-lo pela preguiça que cultivo, pela indisciplina que exerço, pelas faltas oriundas de meu próprio ser. Quem busca culpados, se esquece de avaliar os próprios atos. E Como dizia meu amigo Nathan: "Eu tenho certeza que irei para o céu e é o diabo que me levará até lá".  

Há um trabalho pela frente. Não posso parar. Já é hora de levantar e dar mais alguns passos. Vou caminhando conforme meu ritmo: caminhando, cantando e seguindo a Canção. 




23 de abril de 2015

Respeitar as diferenças [Dever de Casa]



Estima-se que exista 200 bilhões de estrelas na nossa Galáxia, sendo que apenas 2.500 mil são possíveis de serem vistas à olho nu. 

Os cientistas já catalogaram e nomearam 1,3 milhões de espécies de animais, sabendo-se que a cada dia novas espécies são descobertas. 

Pesquisas mostram que há inúmeras religiões no mundo, impossíveis de serem catalogadas...

Devido a abundante variedade de Vida e Pensamento existente na Terra e no Universo, desconhecemos nossa importância diante o Micro e Macrocosmo. A Humanidade caminha lentamente ao despertar da consciência de que Ela faz parte do Todo e o Todo é Um. Variedade é Raridade. Somos uma espécie rara e por sermos raros, não conseguimos tratar-nos com merecido respeito nesse pequenino Ponto Azul. É só pegar os jornais, ligarem a televisão ou em outros meios comunicativos para se perceber o quão conflituoso está a relação entre os seres humanos.

As Leis Constitucionais declaram que somos Todos iguais perante a Lei. A Lei nos iguala, mas preferimos nos tratar com uma estranha diferença, indiferente ao Respeito ou Consideração para quem convive no mesmo espaço.

Dias atrás, passei (novamente) por uma situação em que uma pessoa apresentava uma fixa divergência quanto aos meus estudos espiritualistas e esotéricos. Sem compreender os mais diversos caminhos que nos levam a Deus, o indivíduo acreditava em que seu caminho estava a ÚNICA "salvação" do Homem. Enquanto a discussão se desenvolvia, a pessoa demonstrava resistência e continuava com seus argumentos tentando me fazer enxergar o contrário. Em um breve momento, um sentimento de insegurança cresceu. Era como se eu tivesse pulado do século 21 para os tempos da Inquisição Católica, onde matava-se pessoas acusadas de heregia ou por serem contrárias aos ensinamentos cristãos. Uma sensação de ameaça surgiu e por um minuto, pensei que essa pessoa me agrediria, caso continuasse defendendo minhas convicções. A conversa encerrou-se por ali. Não é a primeira vez que passo por algo assim. A discussão quanto ao que era certo e errado não chegou a um concesso e na maioria das vezes é dessa forma: ninguém se preocupa em criar pontes, pois todos estão preocupados demais em construir muros.

Repare nos conflitos ideológicos que está acontecendo no oriente médio! Os fanáticos e extremistas matam aqueles que têm uma opinião contrária ou uma crença diferente! Fazemos a mesma coisa todos os dias quando desrespeitamos as crenças do nosso irmão e tentamos forçar-lo a acreditar naquilo que acreditamos! Poxa!

Tais discussões só servem para separar as pessoas e dividi-las em grupos... só servem para desviar-nos do propósito crístico: Amar o próximo como a si mesmo...

Em qual momento, Cristo proibiu o "tarô" ou as "consultas astrológicas"? Afinal, Ele mesmo foi visitado por três grandes reis magos e astrólogos daquele tempo!

O que acho curioso, é encontrar pessoas com as mentes tão limitadas a acreditarem que existem apenas um ÚNICO caminho para se chegar à DEUS e curiosamente, o caminhos delas é o "caminho certo", excluindo as milhares de religião e doutrinas existentes por ai. Calma lá! Antes de dizer que o caminho do seu irmão é errado, tire os entraves de seus próprios olhos! Não foi isso, que Jesus nos ensinou? Fica o Dever de Casa.

Advimos da mesma nascente, Fonte da Criação! Conforme crescemos, dividimos o percurso e seguimos vários caminhos, sem esquecermos as nossas origens! Mas o destino continua o mesmo: desaguar no Oceano da Infinita Sabedoria! 

Cada caminho é único! Só você pode questionar a veracidade de seus passos! 

Se nesse caminho está seu coração, continue caminhando em direção ao tesouro! 

Se nesse caminho você busca a autotransformação, trabalhando incessantemente na tua evolução, está na direção certa!

Se nesse caminho você reencontra a sua Essência, vóila! Dispense os manuais de auto-ajuda e comece a se nortear pelas coordenadas de sua própria Alma!

19 de abril de 2015

Arte Escultórica: Helenística vs Bizantina [Diferenciações e Semelhanças]




O processo de criação artística passa por diversas transformações no decorrer de sua linha cronológica. Com a influência do passado, ele acaba servindo como base para fundamentar novos conceitos a partir dos velhos. A transformação do estilo Helenístico para o Bizantino, visou expressar algo que é perceptível e comum nas duas artes escultóricas: a busca incessante pela expressão harmônica certa, que visa transparecer a imperfeição humana e ao mesmo tempo exprimir o sentimento lírico por trás do conteúdo motivador da obra.  

A escultura Bizantina ganhou uma oposição formidável que fez seu desenvolvimento estacionar: a Igreja Católica. Para Ela, a transfiguração palpável de uma imagem em seu tamanho real incitava os fiéis cristãos à possíveis práticas de idolatração, o que era proibido segundo os manuscritos bíblicos; e realizado pelos pagãos (ex: gregos) que esculpiam e cultuavam imagens que remetiam as vicissitudes e desesperos encontrados nos seres humanos, além da produção de estatuárias míticas. Com isso, a escultura Bizantina limitou-se à ornamentos arquitetônicos. Se fomos comparar os dois estilos e suas formas de apresentação escultórica, a arte bizantina seguiu rumos diferentes à sua antecessora.  

No período helenístico, o conceito classicista de uma representação escultórica era desfeita aos poucos. O conceito idealista ainda existia, mas a forma de transpor isso à imagem ganhava um sentido mais humanista, das mais variadas expressões faciais que exaltavam o sentimento de "realidade" das qualidades moralistas que aquele povo acreditava. Posteriormente, os bizantinos sendo limitados pela oposição cristã, expressavam suas obras no mármore apenas ressaltando o relevo, fazendo a imagem separar-se do plano. Todavia, o conteúdo era totalmente baseado no Classicismo grego. Para ilustrar, a Morte de LaoCoonte e dos Filhos, transmite todo o potencial em gestos, poses e expressões faciais, o sentimento contido e desesperador da obra. Já o sarcófago de Junius Bassus, vemos divisões retangulares de dez espaços por duas colunatas sobrepostas.

"As cenas do velho e do novo testamento. Tal escolha, um pouco estranha para o observador moderno, é muita característica do pensamento cristão primitivo que dava mais realce à natureza da arte paleocristã e bizantina."- Janson, H.W. História Geral da Arte, 1890, p.205.


10 de abril de 2015

Raridade



Ando cabisbaixa. Apresso os passos involuntariamente e quando vejo, estou em um ritmo apressado. As pessoas que estão ao meu redor caminham olhando para o chão. Ninguém olha no olho um do outro. Estão apressadas, ocupadas demais. Eu estou apressada, estou ocupada demais para olhar no olho de quem está ao meu redor...

Cidade grande, o ritmo é outro. Barulhos de buzinas, congestionamento, palavras que correm soltas, pessoas que falam e não ouvem... Caminho apressadamente, pois o tempo que me falta é pouco. Pouco? Como?! Não temos todo o tempo do mundo? O cansaço clama por casa e na casa se encontra minha cama. Mas as coisas não deveriam ser dessa forma: normalizar o absurdo, ser conivente com indiferença, transvestir o que não somos... Somos mais que tudo isso. Somos raros... E diante desse pensamento, paro e pergunto:

Quem são esses rostos que vejo pela primeira vez? Milhares de pessoas passam na minha vida todos os dias e sequer sei quem elas são. Rostos desconhecidos fazem parte do meu cotidiano. Em cada olhar, há uma história de vida embarcada de momentos felizes. Contudo, sei que cada ruga me mostra momentos difíceis. Marcas indeléveis da experiência que o tempo e a memória individual encarrega de cuidar.

Ao pensar nisso tudo, desacelero o passo e passo a olhar para cada rosto que está ao meu redor. Será a primeira e última vez que verei cada uma dessas pessoas e elas merecem o melhor que há em mim.

No meio da multidão, um sentimento de gratidão brota de meu Ser. E pensar que entre 7 bilhões de pessoas, Alguém conseguiu me notar no meio de tanta gente... Isso é mais que o bastante!


Você me notou, no meio da multidão. 

Você olhou nos meus olhos e reconheceu a raridade que vi nos seus olhos. 

Sermos Únicos.
Raridade Inestimável
Sermos raros.  


5 de abril de 2015

O Difícil mesmo é sermos Simples...





Todos os dias, somos banhados por oportunidades para fazermos a diferença onde quer que estejamos. Pensamos em atos grandiosos quando, na verdade, um simples e sincero sorriso é capaz de modificar o dia de alguém. Sim! É nas coisas simples que se encontrão os maiores tesouros da alma e toda simplicidade do Ser origina-se do coração.

Difícil mesmo, é sermos simples em um mundo que clama por complexidade e se perde na própria confusão. Difícil é enxergamos aquilo que é essencial para o espírito, sem os olhos da alma. Esta habilidade, contudo, não é de todos e poucos são os seres que conquistam esta "Bem-Aventurança".  

"Bem Aventurados os pobres e humildes de espírito, porque é deles o Reino dos Céus."
Ser alguém simples difere-se da ignorância intelectual ou do não saber. Simplicidade se esconde da rusticidade moral, não compra extravagâncias e dispensa qualquer tipo de aparência. Ela vive na espontaneidade dos gestos, inspirando serenidade e expelindo singeleza. 

Ser alguém simples consiste na árdua tarefa de trabalharmos nossa percepção para valorizar as coisas sutis que a vida nos oferece, agradecendo cada oportunidade que temos para aprender, viver, sonhar, perdoar, iluminar, renascer, amar, amar e Amar! 

Simplicidade se esconde na alegria nossa de cada dia, na tranquilidade da normalidade, nas certezas incontestáveis do silêncio. Ela não veste roupa, não usa máscaras, não escolhe estilo e estar por trás de cada sorriso ou olhar amigo...

Toda simplicidade nasce do espírito e aquilo que brota da Alma alcança riquezas inimagináveis das faculdades morais do Ser que busca constantemente o melhoramento de si. 

 Simplicidade vêm relembrar que a Vida é Eterna e que nenhuma Luz foi criada para estar escondida, mas para iluminar a estrada daqueles que você inspira!