Não podia ter sido diferente?

 

Uma vida repleta de possibilidades encerrada com ato cruel e desumano. O caso desse garotinho, Henry Borel, assassinado friamente na noite de 08 de março me relembra os inúmeros casos que já ganharam repercussão no nosso país. Diante a crueldade alheia, uma pergunta sempre lateja em minha mente: não podia ter sido diferente? 

Quantas crianças não sofrem por esse mundo? Abusos, torturas, humilhações? Quantas crianças permanecem caladas diante a coação do agressor? Por medo de denunciar o agressor à um adulto e por ser criança, não ter a palavra acreditada... Por medo de sofrer retaliações... Por medo de não ser ouvida porque "adultos não acreditarão na sua história". Quantas crianças não estão hoje sob o julgo da maldade alheia, das ações impiedosas do outro e do sadismo de um psicopata? E diante a cada caso que surge nessa mídia, eu me pergunto: não podia ter sido diferente? 

O que leva uma mãe a ceder seu filho à constante humilhação e à tortura e não tomar uma ação diante aos absurdos? O que leva um pai a arremessar um filho da janela e alegar inocência? O que levam essas pessoas a fazerem o que a maioria acha totalmente destituído de sentido? O mal existe. A ruindade está em algum canto obscuro da alma. A perversidade é o alimento dos sádicos, pois há quem goste de fazer o outro sofrer e sentir prazer. Os degradados caminham aos montes pela terra, espalhando a falta de amor, a desesperança, a vil crueldade de que existem indivíduos pervertidos de corpo e alma para o MAL.

Em meus pensamentos, me pergunto: se a mãe estava tão desejosa por querer viver um "novo amor" e sem paciência para cuidar da criança, por que ela não entregou a guarda para o pai, para os avós, para parentes?  Por que essa mãe não tomou uma atitude logo diante ao primeiro relato de agressão feito pela babá? Por que um homem que formou em medicina, não atestou em algum momento o juramento que fez no dia de sua formatura: "Aplicarei os regimes para o bem do doente segundo o meu poder e entendimento, nunca para causar dano ou mal a alguém."? Por que logo após enterrar seu filho foi a um salão de beleza e ainda alegou para o Cabrini que não teve tempo de vivenciar seu luto? Não podia ter sido diferente? Talvez, teria sido diferente se fossem pessoas normais, pessoas que prezam a vida humana e buscam o melhor para si e para aqueles que lhe rodeia. Talvez, teria sido diferente se a mãe não fosse tão omissa e vaidosa, se o padrasto fosse um homem ético e correto, se os envolvidos fossem pessoas com caráter bom e forte. 

Talvez... teria sido diferente se as palavras de uma criança fossem ouvidas e consideradas. Teria sido diferente! Mas não foi. E esse infeliz acontecimento serve de alerta aos pais e as mães. 

Ouçam mais suas crianças. Deia liberdade o suficiente para que ela se sinta a vontade para relatar qualquer tipo de anormalidade que aconteceu em seu dia. Se interessem verdadeiramente pela vida de seus filhos! Incentivem seus filhos a contarem TUDO e diga a eles que sempre estarão seguros ao contarem a verdade. Ouçam seus filhos: um abraço apertado do tio que machuca, mordidas que aparecem no corpo quando a criança vai visitar o pai, o tio que passou as mãos na região íntima, o primo que abaixou as calças e ficou fazendo algo diferente. Incentive seus filhos a falarem TUDO! Não deixe que o abusos emocionais, físicos e psicológicos sejam silenciados pela falsa aparência de que está tudo bem! Quantos relatos já não ouvi de mulheres que sofreram abusos sexuais na tenra infância e se sentiram incapazes de denunciarem o abusador por serem coagidas por ele? Inúmeros!

Por isso... Observe como suas crianças falam e se expressam. Observe qualquer mudança de comportamento e indague o que aconteceu para ocorrer essa mudança. Se ela relutar em dizer, mostre à ela que você é um aliado, alguém com quem ela possa confiar e que a ajudará tomar atitudes certas. E aí... com certeza o futuro dessa criança poderá ser diferente.   

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