30 de novembro de 2013

Algo que estava guardado em mim... (2)


Aqui estou eu, falando com meus sentimentos. Algo quer sair, ganhar forma, ganhar textura com palavras. Onde estou? Não consegui definir. Estou tentando me concentrar, distinguir cheiros, sons. Ouço vozes e uma sirene. Estou em um campo. Essas vozes são ríspidas, falam constantemente em tons agressivos. Eu apenas obedeço. Não falo nada. Não consigo me visualizar. Minha visão está toda borrada. Tento aguçar meus ouvidos. As vozes mandam, gritam. Eu tenho medo. Não ouso a contestar, já vi o que eles fazem com quem grita por seus direitos. E aqui não há justiça. Fomos abandonados. Onde estou? Ouço apenas o silêncio. Não há lamúrias ou ressentimentos. Todos estão cabisbaixos. Deitam suas cabeças, sem saber o que esperar do amanhã. Deitam suas cabeças sobre algo que parece ser um “travesseiro” sem sonhos que possam lhes salvar da desoladora realidade. Eles também não choram, pois suas almas já derramaram todas as lágrimas, restando-lhes apenas o silêncio perturbador. Fomos esquecidos. Abandonaram-nos nesse lugar sombrio. Meus pais ainda não retornaram do banho. Faz muito tempo que não vejo meus amigos. Eles se esqueceram de mim ou eu me esqueci deles? A verdade é que esqueci quem realmente sou. 

A sirene soa novamente. Eles entram agressivamente, gritando e batendo na minha gente. Não há tumultos, apesar dos espancamentos. Não temos mais força para lutar. Não temos coragem para revidar. Eles nós mandam para o banho. Finalmente! Depois de tanto tempo, finalmente terei direito a um banho. Caminhamos em fila. Eu não sei direito o que está acontecendo, mas meu íntimo dá sinais. Caminhamos, pois não temos nenhuma saída. As batidas aceleram proporcionalmente aos passos dados. O que será de nós quando adentrarmos aquela sala? Disseram-me que era apenas um “banho”, mas por que meu coração está tão angustiado? Chegamos. Eles gritam: “tirem suas roupas”! Todos nós obedecemos, crédulos que realmente será um “banho”. Ah! Quanto tempo não vejo água, não molho meus cabelos e não a sinto percorrer meu corpo? Fecho meus olhos e agradeço a Deus, com as mãos levantadas, em pensamento: 

“Obrigada Senhor pelo banho que concedestes aos nossos corpos”. 

29 de novembro de 2013

Poesia (?)


Com que facilidade relega-me atenção?
Não penses que estou a te cobrar
Mas confesso que careço de afeição...
Você é como uma estrela a me iluminar.

Esse sentimento veio de surpresa,
Nasceu da nossa convivência,
Não me relegue sua presença...
Pois sinto sua ausência.

Eu não sei se estou amando(!)
Essas paredes estão ruindo...
Você não está ouvindo?
Minha alma está clamando...

Não deixe apagar a chama
Que inspira os corações de quem ama. 

25 de novembro de 2013

"Música (?)"

O que restou da humanidade
Está preso na maldade.
O que restou do desespero,
Estão nas vozes que não falam.

E a angustia do vazio
Muitas vezes me vi perdido.
Sob espinhos eu caminho
Sigo essa via sozinho...

Não é tempo de sonhar
Minhas asas não abrem mais
E a esperança que guardei
Agora é tarde demais.

Nessa terra de estranhos,
Vosso rosto está em prantos.
Nós perdemos a coragem
Segregando a bondade


Nosso sangue é derramado
Quem irá pagar o preço?
Estamos todos desolados
a mercê do descaso...



22 de novembro de 2013

Quem foi?

Quem é o verdadeiro culpado?

Quem nos fez acreditar que somos simples, meros e humanos miseráveis?

Quem colocou em nossas cabeças que somos fracos ou incapazes?

Quem? Quem semeou a discórdia entre os povos, segregando nosso sangue, destituindo o que se restou da nossa humanidade?

Quem te falou que a vida não é bela e que os nossos problemas são maiores que nossa capacidade de solucioná-los? Quem?

Quem te disse que o Amor não existe, e que este sentimento não passa de uma ilusão coletiva, a qual somos convidados a participar involuntariamente dessa loucura incontingente.

Quem foi? Quem disse isso???

Revelem-se os culpados. O Tribunal está aberto para todos serem julgados! E não há nada oculto que não venha a ser revelado. Mas antes que a sentença seja declarada, declamo meus versos nessa praça pública, correndo o risco de ser lixado. E ainda que não me ouçam, continuarei insistindo, persistindo, sem desistir de lutar por uma causa que deram por perdida.




Sua existência é única, diferente e esplêndida. Ninguém é melhor ou pior. 

Cada ser é único e com diversas, inúmeras e infinitas potencialidades para serem desenvolvidas.  Não deixem que lhe digam o contrário.



You're a star!

Que tolo sou!


Que tolo sou,
Por achar que sei alguma
cousa sobre o amor!

Estou entre aqueles que só rotulam,
Pouco sente, só discursam.

Proclamo aos quatro ventos
que estou amando...
Mas o quê é amar se eu
Não sei o que é este sentimento?

Não sei o que sinto,
Mas vejo um sinal.
Espero no meu canto,
Vá que aconteça algum mal?

Que tolo sou,
Desconheço o Amor.
Por medo
Medo de tocar nessa brasa
E deixar que ela me consuma por inteiro.

Uma motivação desconhecida
Uma coragem que não é minha.
Mas que brota do meu ser,
Ganhando força a cada dia.



17 de novembro de 2013

Música (?) inacabada...

Continuo a caminhar... 
Sigo em frente, não posso parar.
Me perdi no teus abraços,
digo adeus e sigo meus próprios passos.

Mas a estrada, é perigosa
Onde o vento nunca sopra.
Se eu me perder, 
não irei desistir
Clamo para renascer.

Veja o vento balançar os seus cabelos
o Universo conspira a favor.
Seja o sol, você nasceu para brilhar
Veja seu Ser repleto de Amor.


10 de novembro de 2013

Reflexões de novembro...


Hoje acordei percebendo um brilho diferente. Olhei para trás e para o caminho percorrido. Senti um alívio. Pela primeira vez acordei sem arrependimentos... Se tudo o que aconteceu me fez transformar no que sou hoje, só tenho motivos para agradecer por tudo o que ocorreu, por todas as pessoas que conheci e que foram importantes nesses processos de amadurecimento interior que precisei passar. Não reclamarei de mais nada, apenas agradecerei infinitamente pela sabedoria da providência divina

Todo o processo foi essencial. Toda dor e alegria, fracasso e vitória, acerto ou erro, foram essenciais para que eu pudesse enxergar através destes véus ilusórios. Essa certeza pulsa timidamente em meu íntimo me dizendo que estou no caminho certo, no caminho para manifestar minha Verdadeira Vontade.



Quantos de nós estamos presos ainda aos comentários alheios referente a quem somos e como devemos agir? Já pararam para pensar, que quase sempre invalidamos nosso real intento para agradar o próximo? Mas e quanto agradar a si mesmo? Até que ponto isso é benéfico sem que esbarre na linha da vaidade exacerbada ou do individualismo contundente? Complicado responder. Diariamente esbarramos com situações que enaltecemos nosso ego, esquecendo-se assim do nosso SELF. Muitos acreditam que a própria felicidade depende exclusivamente do outro, tirando-nos a nossa própria responsabilidade e esforço para manutenção dela. O contraste atual, quase despercebido e aceitado pela massa é que a Felicidade é sinônimo de quantitativo. Quanto mais se tem, mais se é feliz. Assim, nos apegamos ao que é supérfluo e efêmero, buscando saciar nossa fome nas redes do consumismo excessivo, da vaidade sem limites e do orgulho indiferente. O que poucos percebem, é que o buraco sombrio permanece inalterado e o vazio se estende nos recônditos da alma. Somos almas famintas, insaciadas pelo descaso do próprio ser em relação a si mesmo. Construímos a base da nossa autoestima no julgamento alheio e esquecemo-nos de cultivar nossas verdadeiras potencialidades.  Continuamos prisioneiros e sequer procuramos a chave que nos libertará. Não basta ir muito longe para encontra-la. Ela já está dentro de si! Basta olhar com mais carinho e paciência. Podemos muito bem manifestar nossas verdadeiras vontades sem que haja hostilidade ou indiferença para com o próximo. Podemos agradar a nós mesmos, sem que sejamos demasiadamente egoístas ou alheios à necessidade do outro. E temos o direito de buscar verdadeiramente nossa felicidade, para que assim possamos compartilhar com todos aqueles que nos rodeiam. Afinal, o riso é o relaxamento espiritual e cuidar de nós mesmos não se trata de egoísmo, mas sim, de importância para com nossos deveres, com nossos sonhos e com nossos sentimentos!

O erro não edifica, mas nos ensina a enxergar claramente
o caminho que deve ser percorrido.


Como é bom poder passar por situações em que você ver que cometeu um erro e ainda tem a oportunidade para se desculpar sinceramente. Hoje passei por algo parecido. Foi a respeito de uma consulta de Tarô. O problema para quem está iniciando os estudos é achar que poderá ajudar todos com o oráculo. Com esse pensamento “inocente”, acabei ficando cega no meu próprio ego (outro perigo para o tarólogo iniciante) e cometi um erro com a consulente. Tive que ter humildade para reconhecer que havia errado. As cartas representaram “perfeitamente” a situação presente, mas quanto ao caminho e o futuro, o jogo pareceu incertamente esperançoso (fora da realidade, me surpreendendo) o que me deu motivos para incentivá-la, sem reconhecer os perigos da sua escolha. Ainda estou refletindo a respeito da jogada. É a primeira vez que algo assim ocorreu, pois sempre tenho feedbacks positivos quanto aos jogos que faço (principalmente os onlines e que não tenho muito contato com as pessoas). Mas isso não me tira a responsabilidade pelo que falei. Pedi sinceras desculpas para ela, era o mínimo que poderia fazer. 


É... Aprendizado constante, galera! O pessoal do outro lado não pega leve! São justamente esses tapas que levo para aprender a baixar a crista e conduzir meu trabalho da forma mais condescendente, aliando-se sempre com a integridade e honestidade!

Outros fatos que aconteceram e que só me impulsionam a continuar nesse caminho, é ter a oportunidade de conhecer pessoas que estudam esse oráculo, que buscam o aprendizado constante, além de auxiliarem as pessoas que cruzam seus caminhos! Isso me dá uma alegria muito grande! É uma energia incrível! Fico feliz demais, por ver pessoas que buscam ferramentas para o auto-conhecimento. Isso é essencial para nós, humanos/espíritos, que estamos constantemente em evolução! Transcender é o dever de casa!

6 de novembro de 2013

Ventos com ares de mudança...

Os velhos contemplam suas medalhas e honrarias... Os jovens querem mesmo a liberdade de expressão, nem que para isso tenha que combater a estúpida e infâmia, democracia... Mas o velho e o novo estão reunidos, clamando pelas ruas, lutando por uma causa muito bem conhecida. A ordem reprimida, a omissão do progresso, onde esconderam a pátria, amada, idolatrada? Ventos com ares de mudança... E sinto-me na obrigação de dizer: é agora ou nunca. Brado retumbante, avante aos campos das oliveiras, onde em tempos de guerra, ambos os lados obsoleto e altivos da justiça incoerente, desbravam suas espadas dando a vida por um propósito, um propósito que pode ou não, mudar nossas vidas...

  

5 de novembro de 2013

A Ampulheta

...

Ele fez uma reflexão, através de uma singela carta, a respeito de uma ampulheta que havia ganhado de supetão. Não fora muito caro. Via-se simplicidade no objeto, entretanto, algo lhe encantava. Havia magia e mistério em torno daquilo que cabia na palma de sua mão. Só após muito encará-la, pegou o lápis e pôs a escrever para ela:

“Vou lhe confessar que de ontem para hoje, eu e a ampulheta estivemos nos encarando. Ela silenciosa; porém em constante movimento. Eu era instigado e atraído para ela. Pouco a pouco, ela foi me revelando toda a sua graça. Eis o quê me disse: 

- Como a Michele lhe disse, eu sou o Tempo. Agora, como observa com seus próprios olhos, ora o passado pesa mais, ora menos. Assim como também acontece com o futuro. Mas, por favor, meu caro! Não há razão para se preocupar. Veja que a única parte viva, em movimento, em mudança, é o Presente. Veja que o Presente só anda para você que o observa, quando você me ajuda, quando você me vira. Sei que é difícil me colocar em movimento a todo tempo, mas faço isso por seu bem. Não é atoa que tenho apenas um minuto. Quero te mover, quero que me mova; vamos! 

Já estamos nos entendendo. Agora somos amigos, faça valer nossa amizade. 

Como amiga, devo-lhe dizer que tanto o Passado quanto o Futuro são forças que movimentam o Presente. No entanto, preste bem atenção no que eu disse: apenas o presente movimenta, ou seja, acontece, vive, é. Perceba também que o presente, apesar de rápido, permite apenas grãos de cada vez. E que o futuro que vai se formando é feito dos mesmos grãos do presente que se acumulam, ganhando uma nova forma. Se me observas agora, talvez pergunte: “de acordo com a sua forma única, o futuro será sempre o mesmo?”. E assim, vou lhe responder: Eu sou apenas uma das Leis Universais. Eu sou o Tempo, nada mais. Lembre-se que dentro de ti há um presente e, assim como o meu, ele também é divino. Sobre seu espírito, regem todas as leis universais. Usando o meu presente a favor do presente que Deus lhe deu, aos poucos você conhecerá novas Leis, se caso permitir, elas serão suas amigas. Elas te mostrarão que o Ser é ilimitado, por isso, sua forma também é ilimitada. Juntos saberão o que construir com meus grãos.”


Com a carta na mão, seu coração era inundado com as belíssimas palavras de seu amigo. Suas emoções transbordavam naquela noite, fazendo-a rir e chorar simultaneamente, agradecendo intimamente o Universo por tudo o que acontecera na sua vida. Não havia mais razão para se arrepender. Mesmo que tivesse magoado pessoas em seu passado, agido de forma contrária aos seus princípios, isso não importava, não mais, não agora. As dores que se julgavam insuperáveis, tornaram-se mais leves e quase não se sentia mais os seus pesos. Não precisava carregar mais os erros ou se arrepender de escolhas más feitas. Tudo se tornou experiência e fez parte do seu amadurecimento. Ela chorou naquela noite e cada lágrima era transmutada em fragmentos luzentes permitindo que seu Ser se renovasse sempre que necessário, sempre que preciso.



Ps: Muito Obrigada Marco Melo, por compartilhar esse ensinamento comigo! Muito Obrigada, meu caro Amigo!!!

1 de novembro de 2013

(des) Esperança


Não serei contaminada por esse pessimismo árido.
Estou recusando desesperanças,
Não sou voluntária do descaso.
Sua indiferença, entretanto,
É algo que me magoa.
Sinto que entre nós existe
Um enorme espaço...
Diga-me se perdi algo!

Não torne o Amor um desalento...

Estou aqui para ser transformado
Do que você tem medo?

A desesperança é um veneno, que
corrói lentamente os sentimentos...