16 de abril de 2012

Ser ou não ser, HUMANO?! [Reflexão]



Rotina diária de um homo sapiens: acordar, tomar banho, pegar ônibus lotado, reclamar dos atrasos, reclamar da super lotação, ir para o trabalho, ouvir xingamento do chefe pelo atraso, tentar colocar o serviço em dia, bater papo com os colegas, falar mau dos mesmos colegas, almoçar, reclamar da carne mau passada, ir ao banheiro, zero dois, reclamar da falta de papel higiênico, sair do banheiro, não lavar as mãos, tomar cafezinho, acessar o facebook, conversar escondido no ebuddy, receber outro xingamento do chefe, trabalhar, seis horas depois, sair do serviço, ir ao banco, reclamar do pagamento, gastar o pagamento com uma calça nova, ir para casa, tomar banho, conversar com a mãe, reclamar da conta que chegou em casa, ir para faculdade, encontrar a peguete, descabelar com a prova surpresa, reclamar da falta de aviso, fofocar a última do dia com amigos, retornar para casa, entrar no facebook, acessar o msn, ficar até meia noite conversando, dormir e acordar cinco horas depois, para a mesma rotina estressante. 

Reclamamos freqüentemente da situação de nossas vidas, mas será que sabemos que somos os principais construtores de nossa própria infelicidade?  Se deixamos isso acontecer, infelizmente, é porque o nosso “meio ambiente” ainda toma conta das rédeas. 

Já pararam para pensar em que tipo de humanos o sistema atual está construindo? Pessoas exclusivistas, consumistas, capitalistas e com seus olhares voltados para o próprio umbigo? Reclamam dos impasses e obstáculos, queixam e demonstram com seus olhares insatisfações com suas próprias vidas, sendo que não fazem nada para mudarem. Acomodadas com o “Destino fatídico e cruel”, continuam presas aos seus ínfimos valores e desacordadas pro seu interior. Vivem de aparência e são fantoches nessa sociedade que sequer está verdadeiramente preocupada com elas. Um por todos e todos por um Ou um por si mesmo? Será que deixaremos o SER Humano adormecer dentro de nós? Até quando iremos participar deste baile de máscaras sem termos coragem para ficarmos nus e mostrar verdadeiramente quem somos? Estaria o Homo Sapiens caminhando para sua “extinção”? 

Homo Sapiens, vem do latim significando o “Homem sábio”. Sabedoria que em termos práticos, pouco vemos aplicada. Infelizmente, apesar de TODO o desenvolvimento tecnológico, as descobertas na ciência para cura de doenças que assombram o homem, descobertas que mudaram a história, de pouco é válida, quando se tratamos da descoberta do Eu Interior.  Toda capacidade intelectual utilizada por grandes nomes, fracassam perto do real psíquico humano. Toda capacidade intelectual que um ser humano pode chegar, acabam por vezes se destinando ao “mau” e a obtenção de poder, sendo que esta poderia está sendo utilizada para o bem de outras pessoas. Infelizmente, a ganância, opulência, vaidade, orgulho, luxúria, gula e a preguiça é um dos tantos males que afligem a humanidade e estão tão enraizados na sociedade atual, fazendo com que as pessoas adoeçam com estas moléstias sem perceberem que existe a cura.

O Sistema atual quer mesmo que você vicie em drogas, tenha medo da cura, consuma tudo aquilo que ele oferece em troca do seu sangue e suas horas de um pseudo-repouso. O Sistema atual suplica para que você seja tão superficial na sua criação de novos laços de amizade, quer mesmo ver você chorando na angústia e morrendo na solidão. É tão fácil, ter milhões de redes conectadas a você, mas é tão difícil fazer a conexão entre o EU que você mostra para outras pessoas e o EU verdadeiro que dorme dentro de ti. O Sistema Atual adora fazer você se sentir fracassado, ridículo, feio e que VENÇA O MELHOR e Mais BONITO, claro! O Sistema Atual fala de democracia e liberdade de opinião, mas constrói dentro de cada humano uma dependência por ele em migalhas do falso moralismo, fazendo a hipocrisia reinar nesse universo de ilusões. O Sistema Atual não quer saber de ninguém contestando ele. Não querem ouvir a oposição, que em sua minoria, são chamados de loucos, endoidecidos e com o capeta no corpo. Valha-me Deus! Livre-me dos normais, loucos não! 

E A pergunta que não se cala é: dar para viver em nesse sistema completamente sã? Caro amigo, todos os dias as portas para adentrar na loucura social aparecem na sua frente. Fazer parte ou não, depende apenas de você. ASSIM como, entrar no seu universo interior é algo que lhe compete.

Apenas você, pode falar de VOCÊ.
Apenas você, vai me dizer com sinceridade, quais defeitos fazem parte de ti.
Apenas você, vai me mostrar à potencialidade criativa que existe dentro de ti.
Apenas você, pode provar para si mesmo que seus mais caros sonhos não são um fracasso.
Apenas você, pode acreditar na sua realização pessoal.
Apenas você. Nem sua mãe, nem o carteiro, nem a tia da escola, nem seu namorado, nem seu primo, papagaio ou irmão, Apenas você, vai poder mostrar essa maravilhosa luz que existe dentro de si. E para descobrirmos essa luz, teremos que mergulhar no abismo escuro de nossas paixões e enfrentar cada uma...

O Exemplo citado na introdução é de uma rotina diária de um Ser Humano atual, apesar de que no fundo haverá pequenas diferenças, é real. E independente da situação que vivemos, sempre iremos reclamar das coisas ruins, das pessoas, do tempo, da falta de amor e atenção, da comida fria, são tantas coisas!

Pare e pense por um momento depois de ler esse texto. Você ai, insatisfeito com a sua vida, então para quê persistir na insatisfação?! Por que não mudar esse paradigma infeliz? Por que não consegue perceber que além de INFINITO, o Universo dispõe de inúmeras possibilidades para assim encontrar a melhor via que lhe fará feliz? Que tal uma reflexão? Que tal acordar esse SER HUMANO ai, adormecido (diz para ele que a temporada de hibernação já acabou), preguiçoso, com medo de se arriscar no novo e na busca pelos seus sonhos. Esse aí mesmo, que sonha e idealiza, e que não deixa a simplicidade desaparecer, acorde ele! E chame-o para enfrentar a maré! Não vai à onda dos outros... Uma hora, a onda volta, trazendo todo mundo que “seguiu” o Sonho de outro, achando que não tinha capacidade para sonhar!

SER HUMANO, antes de tudo é ser compreensivo, tolerante, compassivo e bondoso. De que vale o conhecimento do mundo, se não ponho em prática um terço do que aprendo? Sabedoria é colocar em prática um ensinamento. É Ser Homo Sapiens.


6 de abril de 2012

Conto: O Relógio

 Isso que vou relatar aconteceu há alguns dias atrás. 

        Era pleno domingo e lá estava eu a andar por uma praça qualquer, esperando espairecer de minha mente os problemas que me afligia naquele momento. Comprei um sorvete e sentei-me em um banco, melancólica com a passagem da estação, aflita com problemas que pareciam não ter solução. E infelizmente outono não me era uma estação agradável, sempre me trazia recordações penosas. Via ao meu redor poucas pessoas. Alguns casais de namorados que trocavam carícias esperando se aquecerem no calor da emoção. Senti-me estranha imediatamente. Bastava-me um telefonema e tudo poderia ter sido resolvido. Resolvido entre aspas. Não era o tipo que dava o braço a torcer, preferiria mil vezes esperar que ele viesse atrás de mim, pedindo desculpas como sempre foi por todas suas burradas cometidas. Errada? Eu? Jamais! 

Procurei me distrair de qualquer maneira. E que graça teria esta estação? Não é preto e nem branco, não faz frio e nem calor, é tudo cinza e o contraste horrendo que me incitava a solidão. Solidão que poderia ter sido terminada com um telefonema! 

       Entre conflituosos pensamentos surgiu uma figura misteriosa naquela praça. E nada era mais notável em pleno outono, em que as folhas volitavam sobre o céu e as árvores que ficariam secas nos próximos meses, o semblante daquele senhor que sentou em banco de uma praça com o olhar perdido no horizonte frio e cinzento. 

        Passou pela minha cabeça indagações de quem seria ele. De uma aparência um tanto quanto singular, parecia que tinha regressado a alguma vida passada inglesa minha. O Homem vestia-se semelhante aos nobres aristocratas do século 19, com direito a chapéu contido e sua bengala ao lado. Perdido e nos tempos errados? Loucura, e quem sou eu para falar sobre Loucura! Pobre senhor, que não viu a passagem do milênio e estamos a todo vapor no século 21! Tempos contemporâneos em que tecnologia surpreendia a todos a cada dia, fazendo as pessoas se aproximarem, mas se isolarem ao mesmo tempo. Complexo, não? Todavia, a figura variada não era vista todo dia. Seria um artista? Estaria gravando em algum lugar perto daqui? Pinta de galã não tem, mas confesso que era charmoso. Imagina aquele velho de 60 anos, que pareceu que viveu tudo na vida demonstrando sabedoria em seu olhar. Cabelos grisalhos, olhos azuis, vestindo igualzinho aos nobres ingleses do século anterior, parecendo que saiu da fotografia do meu bisavô. Charme que só esses velhos sabem transmitir. Não conseguia disfarçar que olhara para ele. Assustei-me quando ele percebeu minha indelicadeza. O sorvete derramou em minha roupa e o meu dia acabara de ficar insatisfatoriamente completo. 
      
      Ele aproximou-se de mim e ofereceu um lenço. Sorriu meigamente e finalizou dizendo que acidentes aconteciam. Recusei grosseiramente seu gesto de elegância e sai para ir ao banheiro da sorveteria. Expliquei o ocorrido para atendente e ela me mostrava onde ficava o lavatório. Por dentro estava morrendo de vergonha. Sai do ambiente procurando-o com olhar e o avistei sentado no banco da mesma forma que o vi pela primeira vez. Aproximei-me dele e sentei ao seu lado. Desculpei-me pelo gesto ingrato que dera minutos atrás e ele sorriu concordando com a cabeça como se entendesse. O Silêncio instalou-se ao nosso redor.

       Não via clima para puxar um assunto ou fazer um comentário fútil sobre as pessoas que estavam naquele local, sobre o outono que odiava ou sobre minha preocupações momentâneas.  Até que então, ele retirou um relógio antigo do bolso, abriu-o e ficou contemplando-o com um olhar vago e saudoso. Sentindo-me desconfortável pela minha curiosidade tomei coragem e perguntei:

- Está esperando alguém?

- Sim. – Disse sorridente – Estou esperando chegar a hora de minha partida!

 Suas palavras faziam total sentido. Estava óbvio que era estrangeiro e partiria do Brasil para encontrar alguém daqui algumas horas. Percebendo meu entusiasmo com sua resposta, logo respondeu:

 - Esqueça sua vaidade e orgulho. Ela não lhe fará bem. Você está esquecendo-se de olhar para seu o interior preocupando-se com o que é externo. Não ouçam os outros, ouça você e o que seu coração quer dizer.

       Era notória a minha falta de palavras e reação com o que me fora dito. Seria um vidente? Aqueles que enxergam as auras das pessoas? Ou pior, será que ele veio a mando do Outro? Jogar esses insights para me induzir a ligar para ELE? Fechei a cara na hora e percebendo meu emburramento continuou falando:

"Você tem um telefone, pode dar a qualquer momento uma ligação. E essa Ligação pode mudar seu futuro e dar novas chances de recomeço. Infelizmente, mesmo com todo esse aparato tecnológico que poderia ser utilizado para diminuir a saudade, ele está sendo usado para afastar as pessoas. Laços supérfluos são criados e logo são destruídos no primeiro vento que bate, ou na chegada do Outono onde as folhas caem. Você tem um celular, pode ligar a qualquer momento para qualquer pessoa. Mas o que lhe falta é sinceridade, além de coragem para dizer aqueles o quão importantes são na sua vida. Eu tenho um celular, posso também fazer uma chamada, mas quem eu quero não vai atender, pois a linha não é mais a mesma. Minha conexão com ela é outra, já que sua moradia não é desta dimensão.



         Fiquei em estado reflexivo depois da “bronca” que acabara de levar. Ele continuou do meu lado com o relógio aberto. Via os ponteiros passando. Olhei para o céu e permitira a mim, sair um pouco da casca que havia criado em minha volta. O Azul do infinito, as folhas que caiam, as pessoas que sorriam e os carros que passavam por ali ganharam um novo sentido. 


Contemplara aquela estação e entendera a razão de ela ser assim. Senti que algo havia brotado em meu ser, uma sensação diferente crescia e aquele senhor parecia sentir a mesma coisa. O outono apesar de sua textura cinza contrastava com o azulado do céu. Nas noites sombrias, a lua iluminava junto com as estrelas o caminho que formava a via láctea. E grandes são os mistérios que intitulam algo que chamamos de Vida.

Levantei do banco, abrindo os braços e fechando os olhos.  Senti uma forte energia envolver meu corpo, os barulhos dos carros ou o outono deixara de me incomodar e estava ali, de braços abertos e olhos fechados envolvida por uma energia misteriosa, mas extremamente positiva.

      Via-me em uma torre e percebi que aquela construção sólida era na verdade eu. Na verdade, todos nós construímos em volta de si, Torres que supostamente moldam a nossa personalidade exterior. E como toda torre, possuímos nossos sistemas de segurança e aviso. Mas, e quando essa torre é destruída não pelos homens, mas pelos raios dos Deuses? Talvez, eu deveria aprender que não preciso ser tão rígida comigo, não devo me prender em uma Torre, amarga, sem perceber a beleza de cada estação do ano.

     Lágrimas incontáveis forram derramadas e ao abrir os olhos, via as pessoas com um olhar curioso e de reprovação, mas no meu interior aprendi a não ligar tanto para elas e sim, a dar vazão ao que realmente estava sentindo naquele momento.
    
Voltei meu olhar para aquele Senhor e curiosamente ele não se encontrava mais lá, apenas deixara seu relógio de bolso no banco da praça. Peguei o relógio e o pressionei ante o peito e agradeci a Deus, caso Ele existisse, a oportunidade que fora me dada de recomeçar, como um novo SER.

Sai daquela praça feliz por ter tido um encontro tão emocionante com a Vida. Peguei meu telefone, que estava no silencioso e vi inúmeras chamadas não atendidas dele. Com um sorriso no rosto, apertei um botão e esperei que ele atendesse o telefone. Dois segundos fora o tempo que esperei, tamanha era a felicidade, acabei falando:

- Estou pronta para amar novamente!
FIM



5 de abril de 2012

O Despertar Espiritual


O caminho que antecede o seu despertar espiritual não é nada fácil e muito menos, agradável. Desafios são impostos e cada vez que você se aprofunda nas questões espirituais, aparece algo para cutucar suas feridas e suas dores interiores que estão bloqueadas dentro de si; dores que impedem você de se libertar e crescer.

Pensar em desistir é absolutamente normal, mas a glória de muitos inibe a coragem de poucos. E acreditar que Espiritualidade é brincadeira, bonitinha em livros e novelas, enfeitá-la pro seu bem-estar, é continuar cego na luz radiante do sol. 

O pior dos inimigos não são os que existem externamente torcendo para seu fracasso e sim, você. Você é o pior dos inimigos que se pode ter. E lidar com os demônios interiores é um dos desafios a ser superado por quem decidiu acordar. 


Quando vemos que uma situação está extremamente insuportável de se aguentar, pensamos em desistir. E suicídio é a primeira coisa que se passa na cabeça do indivíduo. Viver tem suas lutas e é necessário muito esforço para enfrentar as adversidades do dia-a-dia. Todavia, o indivíduo que visualiza o caminho do suicídio impede a si próprio de enxergar outras escolhas. Acredita que morrendo seus problemas estarão saciados, e o erro começa-se por ai, ainda mais quando se tem conhecimento do que realmente acontece com essas consciências que praticam esse ato na falta do amor próprio. VIVER OU MORRER, traz em si o MEDO. Medo que nos paralisa e nos deixa sem liberdade de escolha. O medo, infelizmente, não permite a pessoa enxergar outro caminho que poderia ser escolhido. 

O Medo inibe, afronta, destrói, corrompe, machuca, paralisa, intoxica, deturpa, vomitando no próprio ser o tamanho da fraqueza do seu coração ante as provas da vida. E se sua fé não for forte o suficiente, é capaz de jogar o indivíduo em um abismo profundo onde provará o tamanho da sua ignorância e sua escassez de sentimentos. E nesse teste, haverá inúmeras pessoas que estarão dispostas a bagunçar seus propósitos. Não se intimide. Essas pessoas são colocadas justamente no seu caminho, para saber se o quê você acredita é realmente verdadeiro e se tem coragem o suficiente para não deixar-se abater diante a primeira divergência que surgir. 


O Despertar Espiritual, por vezes, é doloroso e o caminho é árduo.  Ninguém quer descobrir as mazelas, imperfeições, defeitos e fraquezas que seus espíritos trazem consigo. 

Despertar-se para o lado espiritual requer, no mínimo, coragem e trabalho constante na reforma íntima. Força de vontade é essencial para quem quer ser um humano melhor, nem que seja um pouquinho, a cada dia.

O Despertar Espiritual vêm justamente cutucar suas feridas, não para lhe incomodar, e sim, para curá-las.  Assim como temos capacidade para contrair nossas doenças, temos o poder suficiente para tratá-las. 

Despertar-se para o lado espiritual lhe traz muitas flores, que por vezes, estão com seus espinhos. Espinhos que nos machucam e nos ferem, podem não serem retirados imediatamente, mas podemos pegar neles com todo cuidado e carinho. A dor não é curada quando ignorada, e a melhor forma é enfrentar cada mazela tua em sua reforma interior.

O Despertar Espiritual faz você se libertar de todas suas chagas e repressões. Sentimentos que nos sufocam, reprimidos, fazem com que fiquemos presos no passado, sem chances de nos renovar com o amanhecer da vida. Somos chamados a sermos caridosos com nós mesmos. E O perdão é a porta para LIBERTAÇÃO.

Não desista. Você não é fraco. E antes de tudo, você não está SOZINHO. Você tem tudo o que é necessário para sua evolução nesse mundo. Provas e obstáculos são as medidas de avaliação de nossa fé em Deus e em nós mesmos.