17 de maio de 2020

O novo normal


O desmoronamento é silencioso. O caos é emergente. Gritos são entalados. As vozes que deveríamos realmente prestar atenção se esvanecem frente a ignorância e a negação. Deram o microfone aos tolos. O poder da fala está entre aqueles que espalham o medo. Quem está no poder da república está embebecido de um ego pobre e doente. Um homem tolo. Um homem estúpido, miserável e tolo. Enquanto assistimos a derrocada do "Mito", presenciamos também um momento de desestruturação em todos os sentidos. Os indivíduos estão tendo que se adaptar a "nova realidade". Há quem a negue, há também as "Polianas". Há quem enxergue no caos um valioso aprendizado para a raça humana, há quem veja na escuridão dos dias um novo apocalipse. Um novo fim para humanidade. Não igual como a virada do milênio, não tão interessante como 2012. Mas o fim também é o começo.

Se adaptar a nova realidade tem sido estressante. Ou você se adapta a ela ou você morre.

A angústia é proporcional a consciência de que nunca poderemos voltar as nossas vidas como elas eram antes. É a saudade que bate no peito ao saber que um simples abraço não poderá ser dado. É uma dor estranha e incômoda por saber também que não poderei tão cedo estar ao lado daquela pessoa, que as reuniões familiares não serão mais contempladas e que os aniversários deste ano não terão as velas apagadas. O novo normal é instável, imprevisível, escorregadio. Os planos foram engavetados, novos estratégias surgem com o instinto de autopreservação. 

Adapte-se ao novo normal e se permita transformar junto com ele. Cuide do seu espírito, do seu corpo e da sua mente. Busque na resiliência a sua força, na paciência o seu escudo e nas ondas de transformação um novo horizonte. Ainda que não sejamos possuidores de visões futurísticas e dons divinatórios, sabemos intimamente que essa turbulência há de passar. Mas enquanto não passa, cerque-se de bons livros, cerque-se de conhecimento que lhe instigue a crescer, de boa música, de bons filmes, de boas séries, de boas conversas. 

E aquela vontade de abraçar apertado guarde no peito.
Certamente, ele terá um novo significado. 

11 de maio de 2020

Porque parei de atender pessoas...



Dei uma pausa nos atendimentos com o Tarô. Já faz três anos que não abro o baralho para ninguém a não ser para eu. Pessoas me procuram para jogar para elas e se espantam quando digo-lhes sobre esta pausa. Não é eterna, penso, mas também não é passageira. Ainda falta um chão que não percorri para aprimorar minhas jogadas. Este chão chama Vida. Falta-me experiência em viver e cá estou eu, percorrendo-o com meus próprios pés. 

As cartas têm me acompanhado desde o "início". Elas abriram minha visão para a vida espiritual. Sem o apoio delas, certamente, não estaria "aqui". E enquanto eu me aprofundava em seus estudos, surgia um genuíno desejo em querer ajudar outras pessoas através da simbologia dos arcanos. Contudo, nem sempre a ação condiz com o desejo e por vezes, o meu próprio ego me colocou numa posição de "eu sei sobre todas as coisas". Ridículo, não? É terrivelmente frustrante defrontar com as verdades do outro, tentar quebrar a roda, tentar mudar o curso das coisas. Interferir demais no "karma" alheio sem preparo, sem cuidado, sem proteção; gera desastres. E se você não estiver preparado para lidar com toda a carga que o consulente coloca para você na mesa, essa carga torna-se automaticamente sua. Por não conseguir lidar de um modo saudável com as energias do consulente, decidi que seria melhor me distanciar dos atendimentos e só voltar quando estivesse mais "forte", "calejada", "experiente".  

E nesse período de pausa, estou buscando fazer cursos que me certifiquem profissionalmente. Estou me preparando e sendo preparada pela Vida. Sei que através dessas cartas, muitas pessoas poderão ser beneficiadas. Tenho certeza que esse processo não se encerrou e que minhas mãos serão usadas para o "povo" de lá trabalhar "aqui". Os desígnios divinos continuam abertos para aqueles que dedicam-se de corpo e alma a decifrar seus mistérios. A fonte da vida é eterna. Insaciável é a sede de crescer.