30 de setembro de 2014

Críticas




O título já diz tudo. Críticas. Quem realmente sabe lidar com elas? É raro encontrar pessoas que lidem construtivamente com julgamento alheio referente as suas próprias condutas. Eu, entretanto, descobri que não sei muito bem trabalhar com elas. 

Dias atrás, me encontrei em uma situação que recebia uma dura crítica a respeito de uma conduta minha. Segundo o indivíduo, eu era uma pessoa que não se importava com os sentimentos dos outros. A pessoa disse apenas isso, sem me dar a chance para saber o que havia feito à ela para que pensasse daquela forma. Não deu outra, cheguei em casa transtornada, chorando. Aquilo ficou gravado na minha cabeça. Dias seguintes, a pessoa ficou me ignorando e até hoje, continua da mesma forma, agindo como se eu tivesse feito a pior coisa do mundo com ela e o melhor, o indivíduo não dá nem a oportunidade para conversarmos e nem se propôs a esclarecer o que de fato ocorreu. 

Depois dos acontecimentos, fiz uma autoanálise em respeito daquelas palavras e pela  primeira vez, não vi nelas. A pessoa que fez a crítica me conhecesse pouquíssimo tempo (2 meses de convivência) para afirmar algo que diz respeito a uma conduta minha. Sempre fui alguém preocupada ao extremo com as outras pessoas, tanto que na maioria das vezes, abneguei conquistas minhas, para ajudar elas. Sempre dei muita importância para como o outro se sente e nem sempre, tenho alguma reciprocidade. 

Analisando tudo, veio alguns insight sobre a crítica. 

A crítica só te atinge se você não confia em si mesmo. Ela tem o poder de te derrubar se você não se autoconhece. A crítica atinge as pessoas inseguras, que vivem suas vidas preocupadas com os olhares alheios. Por isso, não se preocupe com o julgamento dos outros! Se você se conhece, sabe perfeitamente quais são suas faltas e também suas qualidades!!! O julgamento efêmero, vindo de alguém que não te conhece e o que ele julga conhecer é apenas superfície, não deveria ter tantos créditos assim. 

Faça a tua obra, faça o teu trabalho... As vezes, a Luz que emitimos ao mundo, incomoda aqueles que tem dificuldade para acender suas próprias clareias. E por esta razão, essas pessoas munem o coração com críticas, dissimulações e pré-julgamentos, querendo culpar os outros pelo o fracasso de suas realizações.

Não desanime em razão da crítica
Se a censura é serviço cabível a qualquer um, a realização elevada é obra de poucos.  
Chico Xavier


24 de setembro de 2014

Tá reclamando de quê, meu filho?

     

E quem disse que para ser feliz é preciso de muito? Muita gente se engana, achando que a tão almejada felicidade será encontrada na realização de seus próprios desejos. Não é bem assim. O desejo é, quase sempre, a raiz de toda moléstia. Quanto mais alimentamos nossos anseios, mais sedentos ficamos e nem percebemos a cegueira que se instala, deixando-nos incapaz de perceber que a verdadeira felicidade se esconde na nossa essência e nos dons cultivados pelo espírito. Ainda duvida? Preste atenção em cada sofrimento seu. Logo perceberá que a Dor é advinda de um desejo que não se realizou.


Quando aquilo que desejamos não se realiza a contento; o sofrimento, o medo e a ansiedade surgem perturbando nosso espírito e desequilibrando nossa casa mental. Quem não quer ter o conforto da casa própria? Quem não quer encontrar um bom emprego com uma excelente renumeração? Quem não acredita que ser feliz é ter ausência de problemas? Quem não acha que o dinheiro resolveria boa parte de seus conflitos? Todos nós pensamos dessa forma! Entretanto, ao pensar assim, desconsideramos totalmente os ensinamentos transcendentes que ficam marcados em nossa alma, para ficar cativos a conquistas de cunho, unicamente, materiais!

Não vê que tudo isso é passageiro, ilusório e efêmero? Você não precisa de muito para ser feliz. Todos têm o que é necessário, nem mais e nem menos, mas o que é essencial para própria evolução espiritual. Mas é preciso ter olhos para ver, ver além do que as aparências demonstram e enxergar nas situações, aprendizados salutares do espírito que está em constante transformação. Riqueza? Pobreza? Tudo isso passa! Dificuldades? Conflitos? Tudo passa!

Olha só que dicotomia! Tem tanta gente vivendo por esse mundo a fora, com tão pouco, mas com um sorriso verdadeiro no rosto! Não reclamam de seus visíveis dissabores e vivem cada dia bravamente, fazendo o seu melhor naquilo que lhes competem. Ao contrário de muitos, que com a conta tão cheia, vivem infelizes, doentes, depressivos e reclamando que nada está realmente bom! Os que nada têm, muito possuem. E os que muito têm, nada possuem!

A felicidade não é encontrada na abundância da vida material e tampouco é miserável no seu próprio intento. Ela não vem de fora, mas nasce de dentro. É no cultivo dos dons do espírito que ela se esconde. É no trabalho árduo que temos ao reformar a casa íntima. É na simplicidade que ela brilha e se eleva nos gestos de total desprendimento nosso para fazer algo pelo outro. É no Amor que encontra formas práticas de semear alegria por onde quer que passemos! Não é preciso de muito não, para ser feliz!



Assim, com os olhos fechados, vamos elevar nosso pensamento a Deus. Vamos agradecer por cada amanhecer em nossas vidas, pela dádiva de estar vivo, pelo milagre do presente e pela força do recomeço. Que possamos ter sabedoria para escolher caminhos que nos levem de encontro ao nosso Pai e muita fé, na certeza, que tudo é passageiro e que cedo ou tarde, as ilusões se desfazem não deixando marcas na estrada que nos conduz a eternidade. Só permanece conosco, os dons cultivados pelo espírito, em valores que transcendem eras, nos ensinando a importância do Amar sem fronteiras.  

21 de setembro de 2014

Fim da Paixão


Os olhos que outrora brilhavam, estão opacos, irreconhecíveis e sem vida. O interesse se entrega a ruínas na nítida rejeição que passamos a ter por aquilo que foi nosso objeto de adoração. Perdemos o gosto pelo vinho, ele não satisfaz mais nossas necessidades. O que tanto nos embriagou no pretérito é acompanhado, hoje, por uma amarga ressaca de anseios confusos e incompreensíveis.

Como aquele Ser, que fora detentor de minhas caras projeções amorosas, tornou-se alguém completamente estranho? Estou diante de alguém que não conheço. O fim de uma paixão é embalado por uma dor suave que penetra no nosso âmago vagarosamente e corrompe com seu veneno, os resquícios daquilo que um dia, fora esperança. E se prestar bem atenção, a Esperança nem sempre é a última que morre, mas a primeira.

Os sinais do desmoronamento são bem claros, entretanto, o apaixonado encontra-se a mercê de suas próprias fantasias, prisioneiro de seus devaneios e jardineiro de suas próprias ilusões. Evita-se enxergar o óbvio e nem ousa a encarar a verdade dos fatos. E quando a paixão é interrompida, o despertar transmite uma sensação de: “o que foi mesmo que aconteceu?”.

Acordamos confusos e a Dor brota por descobrir que nada daquilo existiu. Tudo o que se vivenciou transformar-se em mentiras. “Quem é mesmo aquela pessoa que julguei amar?”. Se a paixão é uma ilusão, nada do que se viveu foi verdadeiro. A imagem dela torna-se um quadro borrado. Não dar mais para distinguir sua face. Estamos diante de dois seres, totalmente indiferentes um ao outro.

O Fim da Paixão finda também nossas ilusões. Cessa completamente nosso desejo de ser amado por alguém. E sob essa aparente perda, o espaço é cedido para o descobrimento de algo totalmente novo, repleto de oportunidades que nem imaginávamos que existia. Ela abre nossos horizontes e nos ensina que ter amor-próprio não é se entregar ao extremo do individualismo, mas ter respeito por si mesmo e pelos próprios sentimentos sem precisar ser manipulador ou calculista, para se sentir querido por alguém.