Eleições, Circo e os Palhaços...




Brasil, estranho país de corruptos incorruptíveis. O circo foi armado, quem usará a máscara de palhaço? “Eles” ou a Gente? E quem há de dizer que temos direito a escolha? Não somos apenas mais um tijolo da parede? Tragam suas celas, ponham suas viseiras. Tiraram-me a espada, mas ainda me restou um coração e uma mente. E que eu receba as bênçãos da Providência, para utilizar essas duas funções de forma consciente e com bastante clareza.

É a terceira vez que sou convocada a exercer a (Des) cidadania, e com todo (Des) prazer acompanho o lado hipócrita do brasileiro exaltado nessa época de eleições. O que são mais quatro anos no que diz respeito à respeito do que vale para nossa sociedade? O que venho percebendo é que ninguém gosta de assumir responsabilidade, palavrinha dura e cruel, para um país varonil, controverso, cheio de machões.

Mas pela primeira vez, senti uma sensação de “dever cumprido”. Vou explicar.  A “coisa” é o seguinte: vivemos em uma sociedade que supostamente tem seus valores construídos sob duas palavrinhas esquecidas atualmente: ética e moral. Palavras de ouro, que servem como base para que saibamos conviver em sociedade. Exercer a real cidadania é relembrar que não vivemos na Ilha do Umbigo e somos totalmente responsáveis pelo o que nos acontece e pelo o que acontece com os outros.

Então, isso se torna coletivo. Quando entra essas questões que definirão o rumo da coletividade não devemos ser totalmente alheios, dispersos ou individuais. Gandhi já dizia: olho por olho e mundo acabará cego. Mas o que vemos por aí, é o DNA da corrupção falar mais alto. É como uma semente não eclodida, mas plantada e esperando o tempo para germinar. É o bem e o mal que opera em cada ser humano só que uns optam em revelar suas sombras e seguirem a ilusão da luz que é refletida.

Os políticos, ironicamente, servem como o espelho. Eles refletem apenas aquilo que temos dentro de nós mesmos, seja o lado bom ou mau. A única diferença é que sua imagem é de domínio público enquanto “adormecemos” no anonimato. Falamos mal e exaltamos nossos nervos, reclamamos da conduta moral, mas esquecemos que eles estão ali, justamente porque nós votamos neles!

E o que venho percebendo é que a memória do brasileiro é relativamente escassa e efêmera no campo da política. Prova disso é um dos deputados, que mais fez lavagem de dinheiro público, cujo seu “patrimônio” no exterior é avaliado em mais de 100 milhões de dólares, até a polícia internacional estabeleceu um mandato de prisão caso o individuo ponha seus pés fora do Brasil, e o cara, foi reeleito novamente. Pode, um negócio desses? E qual é o nome disso? Burrice? Ignorância? Memória fraca? Gostar de tomar no toba? Ah! Reflexos, é o que constantemente Elegemos.

Todavia, anônimo ou não, temos uma parcela de responsabilidade dentro do coletivo, pois estamos elegendo uma pessoa que representará o “povo” e administrará o que são de nosso interesse. E infelizmente, o que vemos é o disco arranhado tocar na vitrola semi-usada. Elegemos as mesmas pessoas, com as mesmas propostas mesquinhas, com o mesmo pensamento unilateral e nada muda, até porque reclamamos das mesmas coisas: da falta de Educação, Saúde, do Desemprego e por ai vai. E somos obrigados a ouvir: “O Brasil desde que conheço é assim”... Será mesmo ou é pela falta da tentativa de fazer o que é correto? O que nos obriga a continuar condicionadas as más inclinações que perpetuam no homem? Acomodação? Levanta e sacode a poeira!

Nem sempre teremos respostas, Mas não quer dizer que devemos ser complacentes com o que é errado. E eu, quanto ao direito de votar em alguém que já começa antes da candidatura com uma postura (dês) ética e o não votar, sou mais a segunda opção, de preservar-me e utilizar conscientemente o real significado da palavra Cidadania. E essa é a sensação, minha parte foi cumprida. Seja a mudança que você quer ver no mundo, simples assim.      

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