2 de fevereiro de 2025

Eu já não pertenço a esse lugar

 


A cada dia que passa, a verdade se revela com mais nitidez: eu não pertenço a este lugar. Minha alma, em sua infinita busca por liberdade, recusa-se a permanecer acorrentada – à sombra do passado, às dúvidas que me assombram, à presença que já não me acolhe. Há coisas que, por mais que tentemos reconstruir, jamais voltam a ser como antes. O vidro quebrado pode até ser colado, mas jamais recuperará sua forma original. Assim também sou eu. Assim também é esse ciclo que chegou ao fim.

Mas quando tudo começou a ruir? Em que momento esse abrigo, que um dia me pareceu seguro, tornou-se uma prisão sufocante? Talvez nunca tenha sido um lar verdadeiro, apenas um cenário temporário, uma ilusão de pertencimento. E agora, enquanto os escombros desse mundo desabam ao meu redor, sei que preciso partir. Mas partir para onde? O desconhecido assusta, e dar um salto sem garantias parece loucura... Mas e se for exatamente essa loucura que me falta? E se for nesse salto de fé que reside minha libertação?

Fecho os olhos e peço a Deus que me mostre o caminho. 

Que a porta se feche para sempre, sem espaço para arrependimentos, sem margens para retrocessos.

Será que além desses destroços... hei de encontrar um lugar onde minha alma possa florescer com toda sua plenitude?