22 de dezembro de 2024

Não se torne alguém frustrado

 

A palavra "frustração" vem do Latim frustratione, que significa "deixar sem efeito". Segundo uma pesquisa rápida no Google, frustração é definida como uma emoção negativa gerada quando nossas expectativas não são alcançadas ou realizadas da maneira que desejamos.

Ultimamente, tenho percebido o tema da frustração se repetir no meu dia a dia. É desanimador ver pessoas que amo carregando frustrações acumuladas ao longo de anos. São dores profundas que a alma carrega, a ponto de a tristeza parecer enraizada, incrustada no coração. A frustração cria raízes tão profundas no ser que removê-las sem promover alguma mudança torna-se uma tarefa árdua. Porque, para sair desse estado, algo dentro de você precisa mudar.

A frustração pode surgir de desejos que, muitas vezes, nem percebemos plenamente. Há quem se frustre por não ter sucesso em suas relações ou por não alcançar uma posição social desejada. Outros, por não receberem o reconhecimento que almejam, especialmente quando se dedicam ao máximo em algo. Conheço uma pessoa assim: alguém que busca sempre fazer o melhor, entrega um trabalho impecável e se esforça ao extremo para agradar, mas nem sempre é valorizada pelas pessoas ao seu redor.

Com o tempo, essa pessoa acumulou anos de frustrações, alimentadas por um desejo inconsciente de ser vista, reconhecida, aplaudida. Essas frustrações começaram a amargar sua visão de vida e mundo. E, em vez de se libertar desse peso emocional, ela permaneceu presa ao ciclo, nutrindo as dores ao invés de transformá-las.

Ao observar essa situação, algumas reflexões surgiram para mim:

  1. Faça o seu melhor, mas faça por você. Não espere reconhecimento, aplausos ou uma plateia para validar o que você faz. Confie em si mesmo, nas suas habilidades e na sua capacidade de crescer, independentemente das circunstâncias ou da opinião alheia. Seu compromisso mais importante é consigo mesmo.

  2. Aprender a lidar com a frustração é um exercício de maturidade emocional. Isso exige compreender e aceitar que nem tudo sairá como planejamos. Coisas boas e ruins acontecem, mesmo quando nos esforçamos ao máximo. Pessoas ao nosso redor podem agir de maneiras inesperadas — para facilitar ou dificultar nossa vida.

  3. Não deixe a frustração azedar sua alma. As dificuldades são inevitáveis, mas permitir que elas transformem seu sorriso em amargura é uma escolha. Enfrente os desafios sem deixar que eles definam sua essência ou destruam sua alegria.

No final, a frustração é uma oportunidade de crescimento. É um convite para ajustar expectativas, abraçar a imperfeição da vida e seguir em frente com leveza. Afinal, como dizem, “há quem faça dos limões uma bela limonada”. Então, por que não transformar suas dificuldades em força?


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Eu já deveria ter aprendido...

 


E cá estou eu, errando como se não tivesse vivenciado essas situações nessa vida. A vida sempre me ensinou uma coisa e parece que nunca aprendi: que as pessoas não são quem elas aparentam ser. Até eu mesma me vejo vestindo máscaras sociais para me adaptar ao meio, para não ser esmagada ou engolida por ele. 

As coisas não deveriam ser assim... e se realmente for, não for apenas paranoia da minha cabeça... normalizamos a mentira e a superficialidade das relações... Não há profundidade, todos vivem nessa zona controlada e infértil, medíocre, banal: conversas infrutíferas, palavras medíocres e ações banais.. estamos todos nadando na superfície de um mar morto, com medo de mergulhar, de sair desse fluxo de conexões rasas, de encarar o que vai ser encontrado nas profundezas. 

Eu já deveria ter aprendido que não são todos que estão dispostos a um exercício sincero de autoconhecimento, de reconhecer as próprias falhas e se ver também um "pecador". O erro sempre é do outro, nunca meu, nunca.

Mas... por mais que o "instinto" me coloque neste fluxo de mentiras sociais contadas diariamente... meu espírito reluta, me alerta, me diz: "não siga a multidão, não se contamine pelas vozes do inconsciente coletivo, faça a diferença, seja a diferença que você quer ver no mundo, viva em um mundo corrompido sem se corromper..."

 A honestidade emocional deve ser um exercício diário, consigo em primeiro lugar.

A coroa da arrogância...

 


A regra foi clara: um sorteio.

Sorteio é isso: lida com a "sorte", lida com o acaso, lida com uma conjectura de probabilidades que podem resultar em algo inesperadamente bom como também ruim. Os itens sorteados iam dos mais simples aos mais sofisticados. Sei que foi o modo que eles encontraram para agradecerem os funcionários pelos serviços prestados no decorrer do ano. Eu não estava criando expectativas, juro. Mas por alguma razão fiquei frustrada quando descobri que meu "prêmio" era um conjuntinho de tupperware de bebê (da marca buba). E confessando minha frustração com meus colegas balconistas, não era só eu que estava, vou colocar entre ASPAS, "chateada". 

Uma colega comentou que por sermos a "linha de frente" da farmácia, tínhamos direito a itens melhores. E naquele momento, eu dei razão a ela. Estagiários ganharam "itens melhores"... até mesmo uma senhora que é dos serviços gerais, que vai duas vezes na semana limpar a loja, também ganhou um prêmio bom. Na hora, acabei dando meu "prêmio" para uma colega. 

Chegando em casa, conversei com minha sogra e nessa conversa, ela trouxe vários insights que me fez repensar sobre a reação que tive diante a situação.

Não querendo me vitimizar com o ocorrido e achar que fui injustiçada por acreditar que trabalho bastante para ver as coisas funcionando dentro daquele espaço... mas quem sou eu diante as milhares de estrelas do universo? Quem sou eu para julgar se "fulano" ou "ciclano" merece ou não ganhar determinada coisa? Quem sou eu para julgar quem trabalha mais ou menos dentro da empresa? Só porque trabalho na linha de frente, negociando diretamente com quem paga nosso salário no final do mês não significa que mereço ganhar um prêmio melhor que um estagiário que está no início da sua jornada profissional. Como fui mesquinha diante a situação, como fui "pobre" em espírito em não conseguir me alegrar com a alegria do outro. Espero em ocasiões futuras, semelhantes a essa, sair um pouco de "mim" e pensar mais no "nós"... 

E a outra reflexão é... Graças a Deus, não me falta nada, nada mesmo. As dificuldades que já enfrentei na vida, em um passado distante, não são meu presente, não é o que vivencio hoje. Tenho meus desafios, confesso, mas nada comparado a dez, quinze, vinte anos atrás. Instabilidades emocionais, financeiras... materiais... isso, Graças a Deus, foi retirado da minha vida. Eu reconheço como sou privilegiada em vários sentidos e sei que trabalho com pessoas que nem sempre tem a mesma "oportunidade"... Por isso, pesou na minha consciência quando julguei que essas pessoas não eram merecedoras de tais coisas porque seus trabalhos eram de menor valor. Loucura, né? Eu sei...  

O nome disso é "arrogância", momento em que passo desprezar o feito do outro por ter uma visão de "auto-importância"... Coitada. Quem sou eu entre milhões de estrelas? Quem sou eu na imensidão desse vasto e infinito universo? Reconheço minha pequenez... Reconheço que sou pequena demais...  Tenho que tomar cuidado para que essa arrogância não coma meus olhos, meus sentimentos, meus pensamentos... minhas ações, minha humanidade.

Que esse texto fique salvo para que eu volte por aqui e o releia sempre que necessário.