24 de agosto de 2024

Minha Crise Nervosa...

 


Eu surtei com meus colegas de trabalho. Uma simples situação foi capaz de fazer meu copinho da tolerância transbordar. "Simples situação", assim foi nomeada por esses ditos colegas. Só que o gatilho da crise ... advindo de algo tão besta é apenas a ponta de um iceberg de situações estressantes que venho enfrentando... Sobrecarga de situações ruins pregressas me fez surtar. Surtei com alguém que não tinha nada a ver com a situação. A raiva tomou conta das minhas ações e ficou difícil controlar meu tom de voz, as batidas do meu coração e minha comunicação se transformou em um desastre oratório. Ela pedia: "calma Michele". Calma? Calma! CALMA? 

No momento, eu não lembro exatamente as palavras que usei. Mas estava tão brava por causa desses ditos colegas de trabalho que tentei controlar todas as emoções. Chorei muito a ponto de respirar profundamente e bufar (típico quando quero controlar o choro e não consigo). 

No decorrer do dia, queria evitar a todo custo ter que falar com essas pessoas. Ter que viver no "masking" para sobreviver no dia-a-dia chega a ser cansativo e desgastante. O gestor, vendo a proporção que a situação chegou mediante a minha crise nervosa, fez uma reunião de emergência e fechou a loja por 40 minutos. Ali, ele pontuou muitas coisas importantes para andamento da loja, para convivência de um modo geral da equipe, mas não sei se fez sentido para maioria porque quando ele virou as costas, as pessoas estavam cometendo os mesmos "atos", sem se importar com o que fora dito e expressado ali.  

Tem algumas coisas que eu já deveria ter aprendido ao vivenciar situações assim... por algumas vezes em ambientes coorporativos. Não é a primeira e nem será a última que lido com colegas de trabalho que fazem grupinhos de fofoca. Não é a primeira e nem a última vez que estou em um ambiente de línguas maliciosas que se unem para detonar um outro colega. Não é a primeira e nem última vez que deparo com pessoas que não fazem seus trabalhos, que ficam o tempo todo mexendo no celular enquanto há produtos para guardar, loja para organizar, clientes para atender. Não é a primeira e nem última vez que estou diante de pessoas que sujam e não limpam, deixando a pia da cozinha cheia de louças e farelos de pão. Mas eu já deveria ter aprendido. Tem seres humanos assim.  

O problema é que eu quero me distanciar emocionalmente das pessoas/situações, mas me "apego" muito a forma como eu acho que o mundo/pessoas deveria ser/funcionar e é difícil desassociar desse ideal... Por exemplo: eu sou muito organizada. Gosto de um ambiente organizado e limpo. Tento o máximo fazer isso no meu trabalho, manter minha seção limpa, organizada, precificada, tudo para melhorar a experiência do cliente na loja. Mas os ditos "neurotípicos" não se importam com a bagunça ou sujeira. E nem o mínimo que fazem, fazem bem feito. Aí... é isso. Eu organizo tudo. Guardo coisas da minha seção. Guardo coisas de outra seção. Pego para arrumar o que ninguém quer arrumar. E de pouco a pouco vou me sobrecarregando. Fora a falsidade que eu estava tendo que lidar...  

Aí você me pergunta: Michele, você é gestora? Não... sou um simples peão na roda. Então, por que você está dando importância para isso? Deixe que o gerente "gerencie". Isso não tem a ver com você, tem a ver com elas. O que o outro faz não lhe diz respeito. Continue fazendo seu trabalho, continue estudando e aprimorando seu currículo para conseguir algo melhor. Enquanto não acha um outro local, faça seu melhor onde estiver. 

É... esse pensamento acima é o ideal. 

Daqui uns dias retorno do período de férias que recebi. 

Eu estou com uma pequena crise de ansiedade mediante a situação.  

Não sei como vai ser... Mas já sei o que não quero mais viver nas minhas próximas experiências profissionais...