Decisões são difíceis...

 


Quisera eu que toda decisão que tomasse na vida fosse mais fácil. E junto com ela viesse menos arrependimentos e mais certezas. Quando penso que faço uma escolha pensando no meu propósito, me frustro quando a escolha vira meu presente a qual quero fugir a todo custo. Sim, eu sou essa pessoa que vive buscando encontrar o propósito dessa existência que tem 1,65m de tamanho. E quase sempre se frustra porque esse propósito a qual estamos supostamente destinados nunca se apresenta. Ainda bem que falei a palavra "supostamente". Talvez, esse propósito nem exista. E a vida é uma dança sem sentido, bailando pelos cosmos, solta e perdida; rodando na escuridão cósmica que a cerca. 

Decisões são difíceis e tem seu peso. Oh, se tem e geralmente carregamos esse peso reclamando. Existiu uma pessoa que tomou a decisão de carregar os pecados da humanidade numa cruz sem reclamar, sem contestar direitos, sem chorar. Os pecados nem eram dele, mas mesmo assim, assumiu o fardo de carregar a cruz. Mas a realidade desse Ser está tão longe da nossa realidade humana e é fora de cogitação me esmerar em algo que já é DIVINO e PERFEITO. Eu carrego minha cruz ladeira acima reclamando porque nada é como eu gostaria que fosse. E o que você exige tanto, garota? Eu quero me "encontrar", entende? Encontrar minha vocação. Encontrar aquilo que eu realmente goste de fazer e que dê dinheiro, muito dinheiro! Mas cada decisão que tomo parece me afastar desse "propósito" e mais erro do que acerto em minhas escolhas, principalmente, as profissionais. 

O problema de tomar uma decisão que vá te afastar de uma situação que você julga ruim é que as pessoas a sua volta podem de alguma forma contar com você. Por exemplo, se opto por sair de um emprego que não gosto; eu não posso me dar o luxo de simplesmente sair porque todo mês a mensalidade do asilo do meu pai tem que está em dia e parte do custeio vem desse salário. Ou seja, há outra pessoa que depende diretamente do meu esforço para sobreviver. E cada ano que passa, é mais difícil tomar uma decisão "egoísta" sem pensar nas consequências, sem pensar em como isso vai afetar minha vida e a vida de quem depende de mim. 

Uma decisão é difícil porque você pode quebrar as expectativas que os outros depositam em você. Todavia, contudo, entretanto; você não deve viver a vida esperando realizar o que os outros querem de você. Uma coisa é você ter uma responsabilidade com a sobrevivência de um parente, outra coisa é você viver a vida para agradar alguém. São coisas diferentes ainda que parecidas. Se você está em um lugar que não se sente bem, valorizado e respeitado; você tem que se mover e buscar algum outro lugar que te traga um conforto mesmo que você "decepcione" alguém por essa atitude. 

Decisões são difíceis. Quisera eu que fossem fáceis. E ao escrever tudo isso, estou me reorganizando internamente para aceitar que não fui feita para aquele lugar, que tem lugares que você sente uma sinergia com as pessoas a sua volta, outros não. Tem lugares que te dão liberdade e autonomia, outros não. Tem lugares que já morreram e só esqueceram de colocar uma lápide para oficializar sua morte; outros tem vida, frescor, movimento. Acho que meu propósito de vida tem a ver com isso: vida, frescor, movimento. É o que me traz alegria, estar em movimento. Se eu soubesse disso, não teria feito a decisão que fiz meses atrás. Mas agora sei... E eu precisava viver tudo o que estou vivendo agora para realmente saber meu lugar.

Se eu bater nessa porta que eu mesma fechei, será que ela se abre para mim?

Eu não joguei as chaves fora... Quando sai, eu só encostei ela. 

Espero encontrar essa porta assim: meia-aberta, com um feixe de luz.

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