10 de dezembro de 2025

O Vazio que não dói mais....


Mais uma vez vejo tudo ruir. O que parecia sólido começou a rachar a ponto de quebrar e não ter mais volta. As estruturas simplesmente cederam, como se as paredes que construí para me proteger não fossem capazes de suportarem o peso que carregava. Um desmoronamento silencioso, difícil de descrever, impossível de evitar. 

Tentei organizar meu mundo diversas vezes, controlar o que eu sentia, erguer estruturas internas que me dessem segurança. Fiz planos, rotinas, metas; como se fosse possível minha própria vida obedecer os limites que havia criado para ela. Mas agora, tudo parece escapar do meu controle. O que eu pensava que era forte está se desfazendo com o vento. O que eu acreditava ter conquistado está esvaindo pelas minhas mãos. O que antes era certeza virou escombros. 

Há uma angústia interna, um peso, um vazio. Já doeu tanto em outrora que hoje não os sinto mais. Se ao menos fizessem tanto barulho como no passado, teria força para lutar contra eles. Cheguei novamente em um lugar que há mais perguntas sem respostas. As incertezas me fazem olhar para dentro, onde nada está claro e certo. 

Talvez.. a queda seja necessária. Talvez, essa destruição venha abrir espaço para que algo real nasça. Aquilo que se desfaz agora, por mais importante que tenha sido, não sustenta mais quem estou lutando para me tornar. Perder o controle é doloroso e mostra que o medo e esforço não podem tomar as rédeas da sua vida. 

Eu não sei o que pode nascer dos escombros. Não sei quem eu serei quanto tudo se acalmar. Mas estou atravessando esse desmoronamento silencioso e tudo o que posso fazer agora é existir no meio do que desmorona. Talvez essa resistência meio ao caos já seja o ponto de partida de um novo começo.

Quando o Valor Vai Além da Aparência...

 


Valor. Termo relacionado a importância, mérito, preço ou significado que algo ou alguém possui. O conceito é amplo e varia de contexto. Pode ser um princípio moral, uma qualidade pessoal, a utilidade de um bem, um custo financeiro, ou até a duração de uma nota musical. Em suma, é aquilo que faz algo ser desejado, útil ou significativo para alguém.

Há coisas em nós que o mundo não pode medir. Nenhum rótulo, diploma, logotipo, marca ou padrão que tentamos alcançar conta a nossa história inteira. O valor de uma pessoa não nasce do que ela veste, compra ou exibe, mas da força silenciosa que habita aquilo que ela cria, sente e cultiva dentro de si.  

É fácil se perder num cenário em que a aparência tem mais relevância que o caráter. Em que as vitrines ditam quem merecer ser visto e o brilho comprado busca substituir a luz genuína que cada um carrega. Mas sempre existirá uma beleza inegociável: a que nasce espontaneamente, sem pressa e vaidade artificial. A beleza de quem cria algo próprio, de quem cuida de si e do que ama com amor e verdade.

Estou nesse momento refletindo o peso dos meus desejos, buscando discernir o que alimenta a alma e o que só enche as mãos por alguns instantes. Preciso aprender a agir com equilíbrio, dizendo não para aquilo que mantém distraída e distante de mim mesma. Não preciso viver a vida querendo provar algo para alguém. Mas assim tenho feito: vivendo a vida querendo provar meu valor as pessoas e acabei esquecendo quem sou. Tire-lhe o dinheiro, o emprego, os diplomas, os relacionamentos e se pergunte: você continuará sendo quem você é pelo seu verdadeiro valor?

Há um brilho que não precisa se comprado, um brilho que se renova sempre que você olha para sua verdadeira essência, mesmo quando ninguém está olhando. O que te torna importante não é aquilo que você possui, mas aquilo que nutre; não é o que está exposto, mas o que você constrói silenciosamente. Seu valor não está no ouro que veste, mas naquilo que floresce naturalmente dentro de você. 


6 de dezembro de 2025

O sonho que chegou na hora errada

 


Ah, meus desejos. Preciso ter cuidado com aquilo que peço ao Universo, porque quase sempre recebo e quando recebo, não sei como saborear o presente. Minha alma parece viver eternamente insatisfeita, como se nada fosse capaz de preencher esse espaço vazio que insiste em existir. A vida é uma constante interminável entre a vontade de ter e o tédio de possuir, já dizia um filósofo. 

Para ilustrar:

Em 2021, decidi que era hora de mudar o rumo da minha vida profissional. Escolhi a tecnologia e iniciei minha graduação em Análise e Desenvolvimento de Sistemas, certa de que esse seria o caminho para uma vida melhor. Eu estava exausta do comércio, e a área de TI parecia carregar todas as promessas de crescimento, valorização e novas possibilidades. Enquanto fazia o curso de tecnologia também trabalhava na farmácia. Procurei estágios, participei de dinâmicas e entrevistas e parecia sempre estar no "quase". A bola que eu chutava ia para o gol, mas batia na trave. 

Me formei em dezembro de 2023 sem conseguir entrar na área. Continuei na farmácia até que um dia precisei admitir: minha mente estava gritando por descanso. Problemas no trabalho, preocupações com a saúde do meu pai, questões internas acumuladas; tudo veio como uma onda pesada e silenciosa. Decidi que deveria sair para descansar.

E foi justamente no mês que estava cumprindo aviso prévio que entraram em contato comigo sobre uma vaga que havia me candidatado meses antes. Uma oportunidade perfeita: perto de casa, na minha área, com benefícios maravilhosos e o melhor: estavam dispostos a contratar alguém sem experiência como eu.

Fiz a entrevista sem expectativas, quase sem energia. E, de repente, fui aprovada. O sonho que tanto persegui finalmente se materializava. Aceitei a vaga mesmo cansada, mesmo emocionalmente frágil. nos primeiros dias, tudo parecia mágico. Não demorou muito para o encanto se desfazer, não por falta de interesse, mas porque meu corpo e minha mente já não tinham onde buscar força. Eu havia chegado ao meu limite. E quando percebi que a tristeza estava ocupando o lugar que deveria ser da realização, eu precisei escolher a mim.

Saí. Larguei justamente o sonho que passei anos construindo, não por fraqueza, mas por necessidade. Algumas pessoas me julgaram, outras compreenderam e outras apoiaram. A verdade é que quando a mente pede socorro, não adianta se esconder atrás de remédios ou de conquistas bonitas na carteira de trabalho. Problemas silenciados não desaparecem, só criam raízes mais profundas. 

Hoje eu entendo: não basta conquistar algo se o seu espírito está em ruínas. Antes de realizar grandes sonhos, eu preciso aprender a estar inteira.

Agora, quando eu desejar algo, que seja diferente: não somente alcançar, mas saber sustentar. Não somente por conquistar, mas saber sentir. Não quero apenas realizar, mas estar presente dentro da vida que escolho viver. E, desta vez, quando eu desejar, quero estar preparada para receber. Porque não quero só conquistar, quero poder permanecer também. 

Um final de semana em São Paulo


O que dizer desse final de semana em São Paulo? Foi diferente, intenso e muito desafiador. Absolutamente tudo saiu fora da caixinha do que vivo no dia-a-dia. Fui testada em todos os sentidos: mental, emocional e físico. E, claro, a TPM resolveu participar também, deixando tudo ainda mais forte. Quando as coisas começaram a dar "errado", tive uma crise de choro que parecia inevitável. 

Muita coisa saiu fora do planejado a começar pela acomodação que era bem diferente do anúncio da Airbnb. Imprevistos foram acontecendo um atrás do outro e aquela sensação de não estar no controle era horrível. E quanto mais imprevistos ocorriam, menos eu conseguia aproveitar o passeio. Minha cabeça continuava presa no que deu errado, como se estivesse girando numa mesma cena. 

Quem ver de fora, não entende como não é fácil para um "neurodivergente" superar e seguir como se nada tivesse acontecido. Eu fico dias remoendo, tentando resolver algo que já passou e nesse final de semana eu me senti travada, engolida pelas minhas próprias emoções.

As coisas só começaram a melhorar quando consegui colocar tudo para fora. No meu caso, isso significa "chorar". Eu choro mesmo: sozinha, com gente por perto, na rua, no trabalho. É feio? Não, é libertador. Só peço para que se um dia você me ver dessa forma, chorando como se não houvesse um amanhã, não ficar desesperado. Só fique por perto e, por favor, não tente me abraçar nessa hora. Eu odeio abraço quando estou chorando.

Chorar é o único jeito que meu corpo encontra de se reorganizar por dentro, de aliviar a pressão e abrir espaço para respirar de novo. E quando finalmente consegui fazer isso, parece que as coisas foram se clareando e consegui aproveitar o finalzinho do domingo com mais leveza, menos tensa, mais aberta para curtir o que São Paulo tinha a oferecer. 

No fim das contas, percebi que nem sempre podemos controlar o rumo das coisas... mas sempre podemos escolher como seguiremos diante ao "caos". Se não dá para arrumar e deixá-lo em um aspecto "perfeito" porque se estressar? Até no caos existe beleza e diversidade. 

20 de outubro de 2025

The Last Verse

I tried to regret

I sat down and I cried

the well bottom was infinite

tears without echoes on the water... Hell?


I did suffer

I did stutter

This I did... But I didn't regret

I asked forgiveness for this

But something didn't let me do this


I've seen the temples of beauty

I've seen the Wonders of mistakes

I've met the wildflowers

I danced and ran away with the wind

I flied so high

I rested in caves and went to the Waterfall of Life

And I didn't take no wise note to take me off from that moment

I was just the happiest

So now I give you wisdom

To be wise is to be fooler than the wisest ones

Who can't smile

I said

I rested in the Waterfall of Life

And never needed to go there again

You doubt me?

Well...

I now flow in life

And life flows in me

And I bathe my doubts in the water

And when I'm certain

I swim in the river again


But you didn't read all this

Just to have this as the last line, right?


Lost chances must remain lost

But you can make them tighter hugs

The imperfect Garden where you love

It will be Eternal Heaven

The doubts will be seeds of new Faith

And every new Faith will make you dance differently

Maybe funnier, but certainly it will make you dance

So believe in it

Tomorrow may not be better

But can be another friend in the party

And the last line you wanted from a poem 

It's just you searching in the wrong place

So stop it!

Last lines are for the ones who didn't like to talk because they never learned to listen

- Listen!