22 de outubro de 2024

Procuro-me dentro deste ser complexo chamado "eu"

 

Em algum momento tudo que outrora já fora existente serão apenas momentos vividos de um passado errôneo.
De uma vida que muita das vezes não se houve a mínima vontade de viver.
Dentre todas as experiências infinitas que a vida nos proporciona ainda assim continuamos capazes de nos sentirmos entediados.
Somos frágeis, irrefutáveis, e ao mesmo tempo tão fúteis, inovadores e experientes
A vida se torna uma ilusão de tudo aquilo que projetamos.
No fim, o que é isso?
Se não os momentos que já foram passados, se não todos os "presentes" já vividos.
O que é a vida?
Se não uma mera criação de cada ser que habita nesse universo.
Por que nos sentimos tão pequenos comparado com as oportunidades que nos são dadas?
A vida não somente seria "viver", mas sim uma dádiva de estar aqui?
Por que nos diminuímos tanto comparado ao que nos foi dado?
Por que somos capazes de sentir todas as emoções possíveis e independente disso, faremos de tudo que a pior seja a mais frequente.
Como dizia Freud "o ser humano tende a autodestruição".
E estamos constantemente nos destruindo, sendo sugados por outras pessoas, pela a correria da cidade, pela monotonia do nosso próprio ser
Sempre em busca de sair desta bolha que nos prende e cada vez a tornando ainda mais resistente, impenetrável.
A sociedade que dizem ser líquida.
Estamos constantemente tentando fugir disso, sair daquilo que sempre achamos errado, que achávamos inútil
E acabamos nos perdendo dentro do nosso próprio julgamento. 
O que você enxerga fora desta bolha?
O que você sente fora disso?
Como saber que você está fora disso?
Por tantos pensei que houvesse alguma forma de sair disso, me tornar alguém que não fosse alienada e me tornei tudo aquilo que nunca quis. 
Estou imersa numa bolha que eu mesma criei
Me prendi e me transformei naquilo que tanto julguei
Sou fútil, superficial, sem argumentos próprios, dependente, presa em algo que eu mesma criei.
E ao mesmo tempo tão livre, tão capaz, tão suficiente.
Minha complexidade me mata e ao mesmo tempo me salva de mim mesma. 

8 de outubro de 2024

O primeiro passo depende de você...



Não tenha medo de sair pela mesma porta que entrou. 

O que te prende a um lugar que não te faz bem? O que te prende a um propósito que não faz mais sentido mantê-lo? O que te prende a um sonho alheio? Já dizia um filósofo: sonho que se sonha só, é só um sonho; mas sonho que se sonha junto, vira realidade. 

Nessa história toda, eu vejo você sonhando sozinha e lidando com seus sentimentos que foram rejeitados de um modo cruel e mesquinho. Na verdade, você não está mais sonhando. Você foi acordada pela realidade que te mostrou que nem sempre as pessoas que sorriem para ti são aquelas que desejam seu crescimento. Infelizmente, para elas... geramos apenas números, geramos algum valor. Mas, quando não somos mais capazes de gerar valor, somos dispensados, rejeitados, abandonados. Esquecem com facilidade das horas de dedicação, do esforço empregado para tornar real o sonho de outra pessoa. 

Eu observo a situação e sei que sua alma já não se identifica com aquele espaço. E vejo que quanto mais tenta ignorar os sinais de que precisa ir embora dali; mais você sofre, mais adoece e se entope de remédios. 

Eu quero aquela mulher altiva, carismática e alegre de volta. Mas por que só vejo você voltando a ser quem era, se for saindo pela mesma porta que entrou? Deve ser porque sua alma escolheu não estar mais ali. Ela já tomou uma decisão. Ela não quer estar em lugar que não se sente mais parte. Ela não quer lutar por um sonho que não é dela. Ela não quer ser apenas números. Ela quer fazer a diferença. Ela quer transmitir o conhecimento com quem quer aprender. 

Sua alma já decidiu. Só falta o coração e a mente processarem essa decisão.  

    

1 de outubro de 2024

O Moedor de Sonhos

 


Ela caiu em desencanto e mergulhou numa profunda tristeza. Quando viu que foi enganada, seu mundo desmoronou. Ela ficou paralisada  vendo seus sonhos tão acalentados, sendo colocados numa máquina de moer. Aquele triturador estava moendo cada parte do seu corpo. Começou por seus sonhos e logo após sua alma foi junto. Quando chegou em seu coração, seu instinto a fez reagir e em um ato desesperado, o pegou antes de vê-lo partir em miúdos pedaços. 

Segurando o coração em mãos, a moça não sabia mais o que fazer. Sem sonhos, sem alma, quem era ela naquele lugar que dedicou suas energias em torno de um propósito. Acordava religiosamente todos os dias junto com o primeiro raio de sol, preocupada em dar o seu melhor naquele trabalho, acreditando que um dia seria recompensada por seu esforço! Quanto mais se dedicava, mais palavras que a seduziam eram verbalizadas, mais encanto era gerado em troca de um serviço análogo ao escravo. Ela não percebeu que foi sugada dia-a-dia por uma oferta enganosa.  

Quando a mentira foi desmascarada, a verdade não lhe trouxe libertação. A verdade lhe trouxe tristeza, descrença, sofrimento... O pior é que essa história pode morrer silenciada ao ser ignorada. Não se brinca com sonhos alheios, não se gera desejos na mente do outro se não há propósito de consumá-los. Nessa história, eu só vejo um lado errado e não é da moça que segura seu coração.

Ela pode ter perdido seus sonhos na asa da descrença, mas eles voltaram nas asas da esperança.

Ela pode ter perdido sua alma quando confiou em outro Homem, mas a alma é uma centelha divina e ainda que sua chama se enfraqueça, ela não se apaga. 

Ela ainda segura seu coração. Enquanto estiver batendo, ela está viva.