O Achismo




No momento do desespero, você não pensa no que está fazendo. A angústia e o medo te impulsionam a determinadas ações que poderiam ocasionar uma tragédia. Encurralado na beira do precipício, acreditando não ter mais saídas, o indivíduo se entrega a descrença de que nada pode ser feito e há apenas um destino marcado por lágrimas e sofrimento. O desespero é tanto que ele começa a se ferir. Ele se machuca na vã tentativa de acabar com a dor de uma vida que ele não quer mais para si.  

O coração sangra; o corpo também. O soluço após o choro demora a cessar. As lágrimas já escorrem pela face que dispensa expressões genuínas de tristeza. A dor se esvai e o que sobra é o vazio. É como se você estivesse em um quarto escuro, gritando e não há ninguém para te escutar, ninguém é capaz de te enxergar. O grito é engolido a seco; o silêncio é o consolo para quem está cansado de palavras que machucam.  

Ele pensa em suicídio achando que a morte solucionará suas angústias e mal sabe que o autoextermínio é apenas um meio para perpetuar a dor entre os vivos. Ele pensa em desistir da vida porque acha que está perdido. Ele pensa em desistir da vida porque acha que está sendo pressionado. Ele pensa em desistir da vida porque acha que não tem a mesma força que os outros tem para vivê-la. Ele pensa em desistir da vida porque se acha fraco demais para ela. 

O achismo não leva ninguém a nada. 
O achismo está levando ele ao nada enquanto ele pode ter tudo.

Se ele tem força para desistir da vida, ele tem que usar esta mesma força para enfrentá-la.

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