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Mostrando postagens de março, 2016

Brincar na chuva...

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Era só ouvir o barulho de chuva e saímos de casa para brincar debaixo dela. Não tínhamos medo de ficarmos molhados. O momento era único. Único para se divertir. Pulávamos nas poças formadas pela água e brincávamos de guerrinhas. Corríamos debaixo das trovadas que iluminavam a face repleta de sorrisos. Os adultos da varanda gritavam: "saiam da chuva ou vão ficar gripados!". Quem ligava para possibilidade de ficar doente enquanto o tempo pedia para sermos felizes? A alegria era tanta que não pensávamos no que poderia vim depois. Vivíamos o agora, aproveitando cada gota como se não houvesse uma chuva amanhã.  Toda vez que vejo chuva, lembro da minha infância. Lembro que não havia hora pra parar a brincadeira. Toda hora era hora de brincar. Minha mãe vivia dizendo: "vão brincar enquanto vocês ainda são crianças" . Ela insistia e repetia, mas só vim entender a importância dessa frase quando cresci.  Crescer, por vezes, nos forçam a retirarmos o véu colorido

Sobre a prática profissional...

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O quê é que tenha que ser feito por você, que seja bem-feito. Não faça as coisas pela metade. Seja qual o compromisso assumido, honre a sua responsabilidade por ele. Adentrou no horário do serviço? Faça aquilo que lhe compete de forma integra, dedicando seu esforço para construir um bem comum para todos daquele local. Se você trabalha de forma honesta em tudo que faz na vida, cedo ou tarde, será recompensado. Evite dispersar sua atenção com outros afazeres que não correspondem com sua prática profissional.   Agora, se você adentra no serviço e é desleixado com aquilo que colocaram em suas mãos para administrar, infelizmente receberá de volta o que vive oferecendo para empresa através do seu trabalho. Um mau profissional é reconhecido por tudo aquilo que deixa de realizar. Ao contrário, um bom funcionário reconhece-se pelos frutos que seu trabalho gera, servindo de inspiração para o grupo a qual faz parte.  As pessoas sempre reclamam que recebem aquém do que julga-se

Dualidade (part.2)

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O bem e o mal. A noite e o dia. A luz e as trevas. A mentira e a verdade. O certo e o errado. O sim e o não. A ignorância e o conhecimento. O feminino e o masculino. O quente e o frio. A vítima e o algoz. O silêncio e a palavra. O amigo e o inimigo. O religioso e o ateu. O rico e o pobre. A ganância e a simplicidade. O egoísmo e a doação. A perversidade e a inocência. A saúde e a doença. O caos e a ordem. A construção e a destruição. A vida e a morte.  Qual lado escolher? Lançados, involuntariamente, em dualidades que parecem tão distintas e irreconhecíveis em nós, fingimos desconhecer a origem do "mal no mundo". O pensamento ocidental ensina que o "mal no mundo" sempre será algo externo e alheio a nós. Elegemos vilões, damos face ao diabo, intitulamos os inimigos das nações. Arranjando alguém para se pôr a culpa, que responsabilidade teríamos pela nossa vida e quem dirá, a do outro?  Apontar os erros alheios é fácil quando se esquece que existem quatro

Por que você acredita em Deus?

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- Por que você acredita em Deus? – Perguntou o professor àquela classe. As respostas da turma saiam de forma desengonçada, o que para mim era compreensível, pois justificar a crença em algo superior à nossa existência dificilmente poderia ser respondido com meras palavras. Afinal, nossa crença na existência de Deus é algo totalmente individual e inerente a natureza do ser humano. São as experiências que temos que solidificam a nossa fé. Mas aquele professor, que se declarava ateísta, desconsiderava a importância da fé em Deus e a relação com o Ser Humano na sua construção histórica e cultural. Ria ao se deparar com as razões que levavam cada pessoa a professar sua própria fé. Indagava a subjetividade alheia pela sua visão lógica quando ouvia as respostas individuais que entravam em conflito com seu pensamento ateísta.  Diante a pergunta, meu primeiro pensamento foi: “porque a crença em algo superior é inerente a natureza do homem”. Isto é. Eu não preciso acredit

O Pensamento e a Liberdade

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Não acredito em outra liberdade que não seja a do pensamento. Quem há de intervir naquilo que pensamos? Não existe regras para pensar. O que se passa no nosso interior permanece oculto até que seja revelado por nós mesmos. Até lá, as impressões que passamos para os outros nunca serão capazes de revelarem nossas verdadeiras intenções. "Coração" do outro é terra que ninguém pisa. Assim acontece com o pensamento. Não há restrições no campo das ideias. A mente humana é como uma caixinha de surpresas e essas surpresas podem ser apreciadas ou indigestas com suas complexidades raramente resolvíveis.  Mas se não tomarmos cuidado, até mesmo o pensamento pode ser subjugado e controlado por conceitos e paradigmas que aprisionam o Ser na mesmice e em padrões obsoletos que dispensam mudanças ou transformações ocasionados pelo próprio ato de refletir/pensar.  Liberdade inexiste sem reflexão. Reflexão não tem autonomia se não houver liberdade. Refletir é ter autonomia sobre os

Um chamado... [Sobre a Escrita parte 2]

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Para quem escrevo? Por que acredito que isso terá alguma valia? Olho para aquele projeto. Deixei ele parado por longos dias. Prestes a desistir, ouvi uma voz e ela me dizia: "Não questione. Faça". Por quê? Que história é essa que faz arder meu peito e clama para ganhar voz? Clama para ganhar vida?  Há um chamado. Sinto que não devo questionar se possuo técnicas o bastante para escrever. Preciso simplesmente escrever. Muitos autores preocupam-se demais com as técnicas e esquecem de colocar suas almas nas palavras. O importante não é a técnica. Ela pode ser necessária, mas não é tudo. O mais importante para um escritor é saber se aquilo que se escreve é o que o seu coração quer falar para o Mundo. Os personagens estão vivos dentro de mim, mas para trazê-los ao mundo real, preciso usar as palavras para tornar isso possível. Seja por meio da escrita ou desenho, aos poucos construirei esse mundo criado pela minha imaginação, sem esquecer da importância de cada tijo

O desenvolvimento do ser e a metáfora do aquário

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Hoje fará uma semana que adentrei no curso superior de Pedagogia na Universidade Estadual de Minas Gerais [Uemg]. Cinco dias foram suficientes para me dar a certeza que finalmente encontrei o curso certo.  Logo na primeira semana, debates interessantíssimos ocorreram e é provável que muito deles servirão como base para a formação de textos futuros que serão publicados no Fragmentos de Meu Ser , pois o intuito do blogger  continua o mesmo: compartilhar as experiências e reflexões que tenho captado da existência humana a partir do olhar que tenho sobre o mundo, as pessoas ou de mim mesma. Chegamos no meio acadêmico com algumas idéias pré-formuladas e que são repetidas diariamente pelo senso comum. A imagem forte que permeia no subconsciente da maioria pessoas é que o professor continua sendo aquele que possui domínio sobre um conhecimento e que está apto a repassá-lo para os demais, transformando a experiência do ensino em algo limitador, já que o aprendizado seria algo pr

Reflexões [Impermanência e Evolução]

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O Movimento da vida nos faz perceber que para convivermos socialmente, precisamos aceitar que a nossa individualidade é única assim como a do outro. Contudo, isso não dar liberdade para pisarmos em terrenos alheios e infringir o direito que cada indivíduo têm para Ser. Provavelmente, não ficaríamos satisfeitos se o fizessem conosco. A liberdade de expressão é uma conquista válida para todos e que deve ser usada em prol de um mundo melhor. Se iludir na falsa imagem de superioridade por alguma aquisição material ou intelectual que achamos possuir, pode dificultar o caminho que precisará lidar com os altos e baixos da Vida. A transitoriedade da existência ensina que "possuir" não é sinônimo de eternidade e que a impermanente natureza não cobra apegos. Cortella já dizia: " As pessoas grandes reconhecem que são pequenas, e por isso elas crescem. Já as pessoas pequenas acham que são grandes e por isto diminui os outros para acharem que estão crescendo."

Eremita

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Vemos um indivíduo caminhar em um deserto íngreme, tendo apenas a lamparina que carrega em uma das mãos para iluminar o caminho.  Seus passos são dados com cuidado. Sabe que não adianta lutar contra o tempo, por isso o torna um grande aliado em sua jornada interior. As intempéries são contornadas com paciência e sabedoria, compreendendo que alguns obstáculos só serão superáveis se houver persistência no caminho certo. O eremita escolhe uma estrada que poucos passam por ela: "conhecer a si mesmo".  Mergulhar no processo de autoconhecimento nos ajuda a lidarmos com as fantasias, ilusões, desejos impetuosos, que cultivamos e nos cegam temporariamente para existência da Luz. Um indivíduo que não domina os processos da mente, está sujeito a ser dominado por eles. O eremita caminha, cuidadosamente, pois sabe que os perigos são muitos e está ciente da força contrária que faz movimentos para impedi-lo de continuar seu trajeto.  A única força que o protege é aquela luz, tr

Kyo dake wa: Kansha shite

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A gratidão é um sentimento nobre que eleva a energia do chacra cardíaco a uma conexão direta com os outros seres e o Universo. Ser grato a vida é confiar na Providência Divina, sabendo-se que esta sempre direciona os nossos passos à ascensão da centelha que nos unem a Força Primordial.  Aprendemos a agradecer por estarmos vivos e por ter essa oportunidade para trabalharmos nossas potencialidades e trazer à tona o que temos de melhor através do esforço, dedicação e persistência. Agradecemos também pelos professores disfarçados de dificuldades e pelas lições que aprendemos ao longo da vida, pois elas tornam a nossa existência rica em experiências. Tantas as situações boas ou ruins, podem estar carregadas de valiosos aprendizados!  Aprendemos a agradecer a existência do sol: energia que faz florescer o que plantamos na terra ou pela luz que dissipa as sombras da noite. Somos gratos pela chuva, responsável pela água, fonte da vida! A gratidão se estende às estrelas, as

Kyo dake wa: Gyo-o hage me

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Ser reikiana é está ciente da sua responsabilidade consigo mesma e com o ambiente que a cerca. O Reiki têm me ensinado que não adianta pregar aquilo que não se vivencia. Os valores espirituais não facilmente encontrados na fragilidade dos conceitos humanos que se perdem com sua transitoriedade. A Verdade Espiritual é Eterna, mas para chegar até ela, é necessário limar as arestas das incertezas que obscurecem temporariamente os olhos que não conseguem distinguir o que é verdadeiramente importante para a alma.  Uma vez comprometido com o seu caminho espiritual, descobre-se que esta é uma via que não há voltas. A célebre frase: "A mente que se abre a uma nova ideia jamais voltará ao seu tamanho original", pode ser considerada verdadeira para o iniciado que se propõe a trabalhar arduamente as imperfeições internas com o único intuito de crescer moral/espiritualmente.   Como dizia uma amiga, o caminho espiritual não é só flores. Aceitar os espinhos que podem machuca

Querida Aflição [Astrologia]

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A maioria das pessoas que me procuram para que eu faça a leitura de seus mapas e para terapia estão dispostas a crescer. Se não têm motivos para isso quando chegam, certamente têm algum quando saem, mudando e crescendo sob trânsitos difíceis. A astrologia as ajuda a vencer os obstáculos mostrando-lhes a parede contra a qual estiverem batendo a cabeça e apontando-lhes um caminho. Contudo, uma verdade que me foi difícil de engolir, durante os anos de amadurecimento, foi que certas pessoas não melhoram sob o impacto de trânsitos de "transformação". Uma alternativa, nesse caso, é manter o padrão e até mesmo intensificá-lo. Você pode se recusar a crescer, continuar a jogar a culpa nos outros, cultivar a dor. Algumas pessoas jamais melhoram, tampouco o desejam. E aliás, à revelia de todos os meus esforços como astróloga-terapeuta-professora, pioram. Para uma jupiteriana ferrenha como eu, isso é inteiramente incompreensivo. Uma das poucas respostas a esse enigma está no qu