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Mostrando postagens de junho, 2014

Carta de Amor...

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Essa será uma carta diferente de todas que já escrevi. É uma carta de amor. Eu sei. É brega, piegas demais, com direito a muito doce, recheada as bordas com chantili mais cremoso. Vou controlar o excesso de glicose, se minhas mãos e minha imaginação permitirem.   Toda carta é um grito no vazio, que ecoa no silêncio das palavras. Não vemos os gestos e não há conversa de olhar para olhar. A comunicação entre os amantes torna-se um segredo, guardado no sigilo mais que absoluto que se compartilha apenas entre os enamorados.  Não há espaço para outro alguém. Uma carta quebra essa abertura. O amor é livre, mas a liberdade é comedida no respeito e na confiança que a entrega total de si têm sobre nossos ombros.   Uma carta de amor é uma obra incompleta, de prazo inesgotável e valor inestimável. Na incompletude, procura-se preencher as rachaduras de uma falta, com palavras que nascem no íntimo e no ato de transcrevê-las, morrem sem alcançarem seus reais objetivos. Nas entrelinhas são ex

Castelo de Areia

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Não existia fórmulas para impedir que as ondas avançasse e destruísse tudo aquilo que demorei anos para construir. Observei atentamente aquele castelo que construímos com o máximo de cuidado, desmoronar morosamente com o avançar da infrene água. Os ventos eram outros e o mar agitava-se irreconhecivelmente, assustando-me com sua peculiar força. O cair das folhas indicavam que uma nova estação se aproximava. Ouvi naquela noite, o zumbido de sua trêmula voz. Palavras eram ditas, totalmente incompreendidas. No entanto, a desesperança estampada em seu semblante falava mais que mil verbetes. Até mesmo o mais insensível de todos os homens, seria capaz de perceber que em tão poucos segundos, o seu calcanhar de aquiles fora atingindo. A paixão é mesmo uma droga. Mergulhamos de cabeça nela. Não pensamos mais do que aquilo que idealizamos e não enxergamos mais do que aquilo que queremos ver. Nossos sentidos são alterados e nossa ótica é totalmente distorcida. O nosso fetiche é alvo das

Viagem, Reflexões, Aprendizado da Semana

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Nesse final de semana pude realizar uma antiga vontade que tinha. Era louca para conhecer São Thomé das Letras devido as milhares de histórias que ouvia sobre o lugar. Segundo os relatos, o local era permeado por uma aura mística e esotérica, o que chamava a atenção de minha ingênua curiosidade. Como estudante do lado hermético do universo, eu realmente acreditava que iria encontrar um espaço onde as pessoas se dedicavam à sérios estudos sobre ciências ocultas. Meu lado auto-ditada ficaria feliz, encontrando novas pessoas para dividir conhecimento, compartilhar experiências e aprender um pouco mais. Lá estava eu e o Carlos, com nossas malas, prontos para uma aventura inusitada. A natureza (semelhante a qualquer paisagem do interior de minas), sem sombra de dúvidas, é algo revigorante, repleto de boas energias. Fazia um bom tempo que não entrava em contato com a água e descobri como isso é importante para mim. A força contida em toda a Criação é algo incrível que quase sempre,

Relações, Conflitos e Ainda Duvido da Verdade...

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Não importa o lugar que esteja, você sempre irá se deparar com conflitos nas relações humanas. De um tempo para cá, vim percebendo o quão pré-condicionados estamos à maledicência e na criação de atritos em nossos relacionamentos. Ninguém é 100% sincero. Não adianta negar para si.    Sabemos que tais atos não passam de uma leviandade pessoal. Rejeitamos abertamente ação do "fofocar",  pois não queremos que falem mal de nossa conduta, ainda mais pelas "costas". Mas sequer percebemos quando nos pegamos praticando tal atitude, afinal, falar mal dos outros e da vida alheia é tão prazeroso quanto comer um chocolate, certo? Não. Percebi que tais fatos são decorrentes da natureza conflituosa de um ser humano, impregnada por preceitos, preconceitos, radicalismos ou extremismo!  A bandeira da intolerância continua levantada no alto do cume, nos mostrando uma aparente vitória. Os brasões da indiferença continuam reluzindo sua ferocidade, ofuscando a luz da iguald

Solidão, presença, reflexões...

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- Você sumiu! - Disse ela em um tom exclamativo, olhando-me nos meus olhos, aparentemente ansiosa por uma resposta. - É... Sumi. - Respondi em um gesto embaraçado, coçando a nuca.  Seu rosto tornava-se um misto de expressões confusas, não sabendo se sorria timidamente ou se continuava a me indagar o motivo de questionada ausência. Sem que ambas partes tomasse a iniciativa para se quebrar um gelo pré estabelecido, ela desistiu e continuou a fazer suas tarefas. Agradeci o serviço prestado e fui embora, pensando. Tantas pessoas passam ali diariamente. Entre diversas faces, consegui ser notada, mas pelo quê exatamente? Sempre fiz tudo de uma forma que não chamasse atenção dos outros, mas chamei a sua. Ela notou meu sumiço, minha falta, minha ausência e questionou o por quê delas.  Sem dissertar sobre a sutil vaidade evidenciada nestas ínfimas palavras, será que estar em um lugar é a mesma coisa que ser presente? Você pode estar fisicamente em um ambiente, mas sua mente