Postagens

Mostrando postagens de março, 2013

O Teatro dos Vampiros

Imagem
“- Você é um iludido”! Já te disse isso. Somos todos escravos, mano. O vício nos escraviza. - Se o vício nos torna escravos, deveríamos ser escravos do vício e não de Sodom, não acha? - Sim, sim, mas o vício tem seus “comandos”. Gente que se aproveita para manietar e sugar aqueles que se lhes assemelham. De onde você acha que vem a Lenda dos Vampiros? De onde você acha que provêm a violência e a baderna que está solta no meio do mundo, senão desses “comandos”? - Conto de carochinha. Tolices! - É? Pois, venha aqui que eu vou lhe mostrar uma coisa. Segurando-me pelo braço, Rodes conduziu-me ao teatro onde se desenrolava o show terrífico. Multidões se aglomeravam, uns por cima dos outros em intensa algaravia.  Gente de toda espécie, se é que poderia chamar aquela chusma de gente!”. Zumbis, desses que vemos em filmes seria o qualificativo mais adequado. Hipnotizados. Logo, trouxeram mais pessoas em pior estado. Seres de olhar esgazeado, veias à mostra, rostos de

Conto: Borboletas

Imagem
O sol já estava se pondo e céu era tingindo pelas nuances rosas alaranjadas. Pedro brincava no parque municipal com seu avô, Jonas. Ambos se divertiam bastante e aquela era uma tarde muito agradável. Jonas observava aquele céu de baunilha que se estendia no horizonte e nem percebeu quando seu neto aproximou segurando algo nas mãos. - Vô, adivinha o que tenho aqui! – disse Pedro fazendo uma cara sapeca. - Não faço a mínima ideia, meu filho. – Respondeu Jonas. Assim que ele abriu as mãos, ambos se assustaram, pois a Borboleta que Pedro havia pegado morreu abafada. Percebendo a súbita surpresa de seu neto acompanhada por uma face tristonha, Jonas perguntou-lhe: - Por que você a prendeu em suas mãos, Pedrinho? - Porque quis mostrar-lhe sua beleza. Quando a encontrei fiquei encantado com suas cores. Aquele azul de suas asas me lembrava o céu da manhã. Quando consegui agarrá-la fiquei tão feliz por pensar que a teria sempre perto de mim. Mas... - disse hesitante - ela morr

Cena Um

Imagem
E le chega, acompanhado. Ela senta ao seu lado. Logo atrás, havia uma paisagem simbolizando o ápice do capitalismo natalino. Intimidade não era visível, mas eram supostamente casados. O garçom se aproxima, trazendo o cardápio, ele escolhe e ela apenas concorda. Sem rituais ou cerimônias, um dos parceiros pega um celular, aqueles da última geração e começa a mexer no aparelho, entusiasmado. O outro, procura com o olhar algo que lhe tire da atmosfera entediante instalada. Por um breve momento, não há conversações, apenas silêncio entre o acompanhante e o acompanhado. Em frente, observando, perguntava-me, cadê o brilho nos olhos daquele casal? O distanciamento interno entre eles eram tão visível, que até mesmo um aparelho eletrônico era mais interessante que o parceiro ao lado.           A relação havia esfriado, já não existia o brilho nos olhos e a relação poderia ter sido mantida apenas por conveniência ou acomodação. A magia do relacionamento se perdeu, já não existia o friozi

Juntos Para Sempre

Imagem
Vivemos em uma época em que buscamos explicações racionais para os acontecimentos. Mas nem tudo pode ser transformado em equações matemáticas. Existem outras formas de entender o mundo. Não se pode desprezar a intuição, a fé e os sentimentos. É preciso olhar para fora além daquilo que vemos. Para o que enriquece a alma. Para o que eleva o espirito. Olhar com os olhos da alma. Do coração. Do amor. Só assim saberemos que a caminhada ao longo da vida valeu a pena. Que deixamos nossa marca. Nosso rastro. Nossa luz. Que não deixamos sentimentos pendentes. Que realmente fomos felizes. – Juntos para sempre, Walcyr Carrasco.

Desabafando...

Imagem
Baby, onde foi que você escondeu a sinceridade? Pois é querido, você omitiu novamente coisas as quais acreditava que não eram importantes. O problema não foi o que você fe z e sim, fingir que nada havia acontecido. E já era evidente. Fui honesta demais com você durante esse tempo. Contei sobre tudo, tudo o que acontecia comigo, com meus sentimentos, mas com você não era o mesmo... E Ainda disse que isso foi devido a um fato de eu ter te reprimido. Reprimir? Quem sou eu para reprimir você em algo?! Você é dono de si mesmo e das suas escolhas. Não venha me jogar a culpa. Não é culpa minha se você nunca me deu flores. E não espero também recebê-las a essa altura do campeonato, quando o jogo acabou. E espero que você não minta mais para mim. Epa! Mentir ou Omitir? Ah, mesmo que seja em outra vida, espero que você não minta nunca, nem para mim e nem para próxima garota. Você foi omisso, deixou coisas escondidas achando que eu não as perceberia... Mas você esqueceu que tenho um sexto sentid

...

Imagem
O silêncio tomou conta do ambiente, tornando-se mais importante que as palavras.   Ele estava tão confuso quanto eu. Pude ver nele meus defeitos, minhas qualidades, meus erros e acertos. Mas, tentava-me manter imparcial. Afinal, aquele momento tínhamos atraído de alguma forma, seja em atos ou pensamentos pretéritos, pois semelhante não atrai semelhante?  O conflito estava estabelecido. Posicionamo-nos primeiramente como rivais. A divergência era semelhante a dois pólos totalmente opostos, mas que se atraiam. O primeiro ato começava. Éramos os atores e também telespectadores. Algo havia sido montado e estávamos apenas encenando essa peça. Nossas idealizações se chocavam com a realidade de cada ser. Existia você em mim, idealizado. Existia eu em ti, idealizada. Fomos desleais, como soldados que fogem da guerra. A cortina se fechou totalmente. Não houve aplausos, não se ouvia vaias. Houve o silêncio prostrado, a mágoa revelada e o afeto indiferente...  O primeiro ato ha

Hoje é dia de Festa!

Imagem
Há 22 anos, por volta das duas da madrugada, depois de uma exaustiva procura de um médico em pleno feriado na cidadezinha do interior do Maranhão, nascia uma criança, com um propósito traçado para mais uma jornada terrena...  Nasci em um lar onde tudo estava incerto, meu pai viajou para o Japão a fim de procurar melhorias financeiras logo após meu nascimento. Restou para minha mãe adquirir forças e cuidar de duas crianças sozinhas. Durante muitos anos de minha vida, vi minha mãe, meus irmãos, passando por inúmeras provações, por fases de sofrimento, entre altos e baixos. Mas algo sempre nos sustentou. Algo muito maior que nossa mera existência sustentou e de forças para minha mãe não sucumbir na sombra do desespero. Hoje, as lutas continuam, mas penso que tudo o que o nos passamos foram justamente para não desacreditar que a todo instante somos amparados pela Espiritualidade Maior, Benfeitora, auxiliando-nos no caminho da fé e resignação e que para tudo existe um propósito in